ainda guardo no que antes fora minha sanidade
um retrato imoral do seu corpo nú
deitado sobre minha cama
amarrada em nós de corda e idéias
sua doce fragilidade
anjo...pecadora
teus suspiros em meus ouvidos
eram despudor pra um ex-pudorado
alimentava-me e saciava-me
e em cada passo novo deste segundo ato teatral
eu sentiaem ti algo quebrando
hora o juízo, hora o conceito de amor
e nos manchavamos com impurezas desse mundo banal
rindo das coisas normais
e nos entrelaçando nos nossos corpos suados
e ríamos de cada pessoa perturbada
enquanto eu e você nos deleitavamos
dois animais, dois corpos apenas
nada muito sentimental
mas na hora seguinte eu ja me definhava
em teus cabelos longos...claros
e a noite me parecia vazia
pois amanhã acordaria sem você
e voltaria a viver a vida
nada mais de risadas, piadas sobre tiranos e reis
nada mais do que um simples pedaço de você em mim
o pedaço de mim que você me roubou
e que estará sempre guardado
no relicário do nosso caso de uma noite só
Pra calar a imensidão com um grito
Postado por
farley ramos
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
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