Poema em preto e branco

Não se fazem mais promessas como antigamente
Daquelas que mesmo sem sentido
Fazem quem é prometido ter certeza ao acreditar.
Daquelas que iludem com clareza
Como dois olhares apaixonados
Prometendo um dia serem par.
Como braços que prometem ao céu
Uma visita um dia quem sabe
Sabendo que jamais irão cumprir
Promessas impossíveis, promessas improváveis
Promessas de rotina, promessas de bares
Promessas de retina,promessas mudas
Amores pruma vida, escolhas surdas
Que não escutam o reclamar de seus resultados.
Ninguém promete mais ao rio o encontro com o mar
Ninguém promete mais aos peixes poder voar.
Ninguém mais promete aos sonhos a realidade
Ninguém promete às promessas a força de vontade
Ninguém promete as mentiras o reflexo da verdade
Ninguém promete ao frio o arder incandescente
Não se promete contentamento a quem vive descontente.
Não se fazem mais promessas como antigamente.

Fluxo perfeito.

Então você tem um coração
Um músculo por definição
Quase nada,na verdade nada isso diz

Você tem um coração que bate, 

E com ele você vê o mundo,
Alguns mentirosos creditam isso aos olhos
Mas estes são porta de saída...Espelhos da alma

Então seu coração bate forte, foda-se o mundo
Você tem uma metade, uma cerca branca e o felizes para sempre
Dois filhos, uma casinha no suburbio, jantares de domingo
A mesma comida caseira, o mesmo sorriso, anos e anos

E então você acorda
E tudo se foi,
E então você tem um coração.De novo.

Carta em preto e branco

Nem tenho tanto assim a dizer do céu

Essas estrelas quebradas
Perdidas como um olhar a procura do par

Desse céu tímido tenho pouco a ponderar
Nuvens loucas dançando ao acaso
Cegas de amor pelo horizonte

Desse sol raro não tenho nada a comentar
Balões perdidos meio esquecidos
Entre a cor e a atmosfera

Não tenho muito a falar dessas pipas
Que brigam com as asas pra tocar o céu
E depois com os pés pra descansar no chão

Gastei todas as minhas palavras
Escrevendo versos honestos sobre seus olhos
Com sabor de declaração.

Horizonte transverso

Tuas fronteiras efêmeras
Jogo de palavras nos lençóis
Tu finge acreditar em tudo
Eu finjo que acredito em nós

E então tua mente de menina
Te fascina com promessas vãs
Sem mais delongas, troca o despudor da cama
Pelo matrimônio dos divãs

E se deita com teu amado,
Carregando sonhos infantis
E eu te carrega nos ombros
Prometendo te fazer feliz

E então tu flui ao sabor do tempo
Tal qual oceano efervescente
E fascina meus olhos nus
A mar é a gente

pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte