toda aquela folia, aquela alegria
de um dia comum
tudo que era diferente, toda aquela gente
todos são só mais um
tudo que era feliz, tudo que eu sempre quis
liberdade libido
tudo que era alegre de repente era proibido
e tudo que antes era o início, agora era o início do fim
tudo que mais me importava agora não
significa mais nada para mim
são todas favas contadas
histórias malvadas
conversa de fadas
conto pra boi dormir
toda minha felicidade, virou raridade
uma poça d'agua em que me afoguei
na poça, estão todas as lembranças
todos os restos que eu deixei
na vida carrego nas costas
a imagens póstumas
das pessoas que eu deixei
na boca estão cravadas, todas as palavras
versos que recitei
e nessas palavras malditas, está toda a culpa
resultado das vezes em que praguejei
em minha face carrego as guerras, batalhas internas
que eu ja travei
todas as cicatrizes, feridas internas
localizadas onde só eu sei
antes o que era verão virou dia nublado
riscado manchado sem luz
aterrorizado
antes eu que amava o dia
caí em agonia
e prefiro a noite
antes ser um escravo branco
do que me rebelar e ir ao afoite
agora vivo em ironia
entre a flor e a saudade
é o começo do fim
meu túmulo clama pela minha vaidade
e tudo que era alegria
virou dor no final
todos que eu conheço ja foram um dia
ou irão amanhã em mais um dia igual
e toda essa agonia começou numa simples manhã de carnaval
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