esse silêncio que corrói meus pensamentos
e hoje sou somente uma vaga lembrança do que deveras fui
hoje só me resta o silêncio, único desfruto que me deixaste depois que se fora
e em tributo a esse silêncio, deixei a fogueira acesa,
os lençóis intocados, a vida em severa comunhão com o passado
deixei tua imagem na mesa de centro, onde junto com o cheiro do café
me lembro do teu cheiro em meus braços
e o amor que nos foi arrancado, depois de tanta felicidade se tornou ódio
e eis que do meu passado, surge o seu futuro tão incerto quanto nosso presente...
engraçado como quando tudo se vai nos torna a lembrança saudosista dor que penetra
e prolifera na carne como sal em ferida
aqui estou.... cansado, morto mas ainda não sepultado
estou faminto e sedento de teu corpo e tua alma
mas ainda me guardo sem dizer uma palavra
somente pensando que tudo vai voltar
há de voltar, afinal é amor
tenho certeza de que foi amor, mas será ainda?
enfim... guardei comigo a certeza que antes eu tinha
e agora nem sei mais ao certo, guardei o cheiro de café de todas as manhãs
guardei os bilhetes e cartas que tenho certeza ainda guardas em seu coração
guardei teu olhar sincero e doador
guardei meu olhar corrupto que se rendia a você
guardei a felicidade em minhas mãos
e hoje estou aqui escrevendo poemas em sua homenagem
sem saber ao certo se tudo existiu,
sem saber seu nome, seu endereço
mas tendo a sensação de que tudo foi real
continuo sem dizer uma palavra
somente pensando em versos
as vezes não precisam palavras
somente os gestos de afeto
mas é tudo uma vaga lembrança
e o cheiro da manhã me lembra que já está na hora
de deixar de viver, e começar a "viver"
é hora de sair a procura de mais uma história de amor
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