O silêncio dos condenados

Semeará teus olhos vãos então
Sob o vidro apático da contradição
Confissão da inveja do verão
Rendido refém do seu caminhar

Posto sobre os novos tons
Teus olhos de refrão, me refrescam
Começo, meio , fim e ponte
Linha do horizonte estreita na tua pupila perfeita
Que se endireita e desajeita por mero capricho do destino
Que dança como um menino seguindo o caminho
Que por puro respeito só existe se for do seu jeito

E o amanhã não será culpado
Quando a gente tiver assim preocupados
Cada um será herdeiro do destino que se tem cortejado
E o caminho apontará qualquer lado

Os deuses tramam calados
Te aconselho a escolher o melhor pecado
Somos nós sorrisos fartos, se esgueirando pelos lábios
Como frestas abertas esperando caminhos intercalados
Teus olhos de leão vão se satisfazer
Com a fome que me traz olhar você

E você não sabe? Que se aguça meu olfato quando és um fato
De tão perto do meu tato que eu já não me engano
E você não sabe? Melhor saber
Meus olhos de vilão vão sequestrar você
Quase por querer, sem nenhuma escolha por fazer
Melhor escolher

Endossa a liberdade ter teu corpo e minha vontade
Dividindo a mesma cama, selando as nossas contradições
Condições das confusões que quase como refrões se repetem
Porque todo disco tem dois lados
E as canções são nós dois em versos eternizados

E se o amanhã vai ser culpado
Que o presente não devolva o troco do passado
Pra que nossos corações continuem desavisados
De todos os nossos pecados.

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pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte