2 e 55

Dei férias ao meu relógio, 

Não suportava mais os segundos 
Me dizendo o que fazer
Não suportava mais perder a hora certa
Com a pessoa errada
Dei férias ao meu relógio.

E o tempo passou mais devagar
Querendo me acompanhar
Como quem perde perdão por errar.
De repente meus sorrisos voltaram
Como quem volta ao trabalho
Depois de um tempo de greve

Meu coração atordoado
Bateu meio disritmado
E por fim se aquietou
Com o relógio parado
Meu coração não mais se atrasou
E até que enfim se encontrou com o amor
Em alguma esquina sem nome.

Foi-se embora amargura, tristeza
A pressa e o ódio
Se eu soubesse tinha dado a mais tempo
Férias ao meu relógio.

Dei férias ao meu relógio.

Meu bem, o mundo roda...
Então deixa rolar..
Deixa ser o que for
Pra tudo ser o que será
Sem tirar nem por
Sem colocar
Pingos nos is e sal no mar

Deixa o vento fluir pra onde quiser passar
Quem sou eu pra tentar controlar
Quem sou eu pra não me render aos seus olhos
Nascente e poente dois sóis refletidos
Deixa o mundo lá fora essa noite
Que aqui dentro só cabe nós dois
E se os problemas baterem na porta
Deixa pra atender depois.

Deixa aqui só o sossego
Que eu quero pra mim você de par
Pra viver até o fim dos tempos
Quanto tempo houver de levar...

pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte