No caminho pra casa o poeta dormiu
Andava triste e cabisbaixo
Pensando: em nada me encaixo
Falava de coisas que nunca sentiu
E pedia desculpas aos céus por ser um poeta e não saber amar
E pedia desculpas aos céus por ser poeta e não saber sonhar
Até que ali adormeceu
Sonhou com a mentira e a verdade
O amor e a lealdade
Coisas que nunca viveu
O amor disse a lealdade
Que a melhor dor é a saudade
É aquela que dói despercebida
A lealdade retrucou:
Sou fiel ao coração
E te digo que não há
Dor maior que a solidão
A mentira foi brincando
Dizendo pra se acalmarem
Quando alguém está amando
Ela sempre vai além
A verdade escondida
Com aparência meio tímida
Esclareceu pra todo mundo
Que amor só é profundo
Quando dói no coração
E tratou de deixar claro
Que amor é brilho raro
E combate a solidão
E o poeta acordando
Levantou-se e foi andando
Escrever em seu caderno
Seu primeiro verso sincero
Com lápis e papel na mão:
Entoou essa canção
A canção do coração
O homem que chora é o homem que ama
O homem que chora é o homem que ama
Saudade é a dor que dói despercebida
Que dói enquanto há vida
Longe do amor
Contaram-me que a solidão só passa
Por quem o coração devassa
Como quem despedaça uma flor
Contaram-me que o amor é a semente
Que já nasce na gente
Só esperando germinar
E contaram que se a semente não cresce
É porque a gente esquece o quão fácil é amar
E deitado em minha cama fico a pensar
Que se todos os amantes tivessem uma canção pra entoar
Os poetas não teriam emprego
Pois são os que têm mais medo de se apaixonar
E se a lua cantasse comigo
Estaríamos todos em perigo
Por que ela ensinaria
O que não se aprende na escola
O amor é o dia-a-dia
É o único pássaro que não decola
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