todos eles estavam calados
as caras eram pálidas
e manchadas de suor
todos eles estavam errados
as mãos armadas
sempre prontas para o pior
todos estavam olhando
as estrelas caindo do céu
as mães abraçando as crianças
as duas torres de babel
todos eles estavam sangrando
dos olhos aos pés
todos eles estavam olhando
os dois reis, os dois Moisés
e a vida passava
escrita em metal barato
as pessoas com seus nomes
em marcas de sapato
e todos olhavam todos
com perfeita inibição
desligados da tomada
defeitos sem solução
uns carregavam uniformes
e outros andavam pelados
uns carregavam informes
e outros estavam lado a lado
estavam todos pensando
em como chegaram até ali
não tinha ninguém andando
mas as sombras estavam a os perseguir
a vida estava acabando
estava perto do final
quando desceram eles de suas naves vermelhas
levando sangue e caos
com suas roupas de acetileno
com poli etileno nas mãos
não entendiam como o veneno
brotava de todos nós irmãos
e o sangue maculava nossa alma
e eles sabiam disso
e eles perderam a calma
esse era nosso compromisso
estavam todos atirando
no acetileno escorrendo
o céu caiu três vezes
e os dedos tocaram o doce do chão
amargo apesar de doce
era sempre essa a solução
e em casas verdes floridas
as naves começaram a morar
e todos os polímeros cromados
começaram a nos assombrar
o que é isso?
a vida?
não sei o que fazer
o mundo
perdido
entre mim e você
e todas as setas
apontavam para o mesmo lugar
um esquadro e formas geométricas
nos guiavam até lá
os tijolos eram vermelhos naquela casa escondida
estava escrito em lixo radioativo
aqui morava a vida
não vou ficar sozinho
a solidão dói demais
machuca a alma é o caminho
de quem procura não ter paz
mas se você
quiser me dizer
que é tudo vivo
que é tudo verdade
feche a boca
suas mentiras não vão me iludir
talvez iludam por concessão
se eu te deixar mentir
talvez acalme meu coração
suas promessas
vão entrar
na minha mente
e me levar
pra um novo mundo
que vai cair
vai ruir vai ser só chão
e quando tudo acabar
só eu e mim vamos restar
vagando eternamente
em uma estrada
sem final feliz
o corpo macula a alma
a alma dói no corpo
a pressa mata a calma
o muito já engole o pouco
você é igual a todo mundo
e todo mundo não é nada
quando o nada já é tudo
o tudo não importa
nem tudo é tão perfeito
nada é tão ruim
pra tudo da-se um jeito
nada acaba
nada vive então
eles viveram cem anos
com uma arma nas mãos
para mim viver cem dias
é tortura e opressão
balas de borracha
só machucam o ego
atirem, me matem me façam viver
sozinho
Alienígenas desceram tocando beatles e rolling stones
Postado por
farley ramos
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
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