Fiz de você o meu espelho
só pra ver em ti como eu vejo você
e fingir acreditar
em tudo isso que inventei
e montei em mil mosaicos
teu nome com pedaços de cristal
que eu sabia que não eram nada mais
que estilhaços de vidro
e vasculhei tua pele
mesmo sem te tocar
e teus olhos me diziam promessas
que tua boca nunca chegou a fazer
coragem nos faltou
quando aprendemos a amar
já era tarde demais
e tivemos que fingir
que era a hora certa
que batendo a sua porta fechada
eu não buscava uma janela aberta
e fingimos tão mal
que cheguei a acreditar
que era tudo de verdade
que eu cheguei a te amar
e escrevi com o batom que roubei de você
um poema tão bonito
que eu nem mesmo pude ler
sozinho
tranquei com seis chaves
as seis letras do teu nome
que eu jurei a mim mesmo
em mentiras
que esqueceria
e com bronze esculpi
tuas formas na minha sala
e desenhei seu rosto num caderno
que queimei com puro incenso
pra guardar todas as cinzas
no meu novo porta jóias
que se chama você
As relíquias dos cruzados
Postado por
farley ramos
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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