As relíquias dos cruzados

Fiz de você o meu espelho
só pra ver em ti como eu vejo você
e fingir acreditar
em tudo isso que inventei
e montei em mil mosaicos
teu nome com pedaços de cristal
que eu sabia que não eram nada mais
que estilhaços de vidro
e vasculhei tua pele
mesmo sem te tocar
e teus olhos me diziam promessas
que tua boca nunca chegou a fazer
coragem nos faltou
quando aprendemos a amar
já era tarde demais
e tivemos que fingir
que era a hora certa
que batendo a sua porta fechada
eu não buscava uma janela aberta
e fingimos tão mal
que cheguei a acreditar
que era tudo de verdade
que eu cheguei a te amar
e escrevi com o batom que roubei de você
um poema tão bonito
que eu nem mesmo pude ler
sozinho
tranquei com seis chaves
as seis letras do teu nome
que eu jurei a mim mesmo
em mentiras
que esqueceria
e com bronze esculpi
tuas formas na minha sala
e desenhei seu rosto num caderno
que queimei com puro incenso
pra guardar todas as cinzas
no meu novo porta jóias
que se chama você

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pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte