Triste talvez seja acordar em meu quarto frio
sem seus olhos negros embalando meus sonhos de amanhã
tua foto ainda amarga em minha retina
trancado o gosto seu em meu paladar
gosto esse tão doce que de verdade não senti
mas deleitei-me em insaciáveis sonhos com seus olhos a me devorar
e saciava-me por completo quando em afagos
teu braço encostava no meu
e felizes cruzávamos nossas mãos
sem sequer te ver vejo-te por inteiro
onde teu corpo não consegue esconder
enxergo tua alma quase que tão calada
como quem se restringe em poder se ver
restrição essa já ultrapassada
pois é nela que eu repouso essas palavras
mesmo que talvez depois seus olhos negros
devoradores de homens
de outros nomes faça um banquete
mesmo que depois de mim não sobre nem lembrança
ficarei olhando sua perfeição
tão perfeitamente inteira
que medo tenho de versar
sobre teus olhos de clareira
que vivem a me intimidar
olhos de onça pintada
de moça bonita
que com um feitiço letal
apunhalou meu coração
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