O exército do quarto rei

De ouro em pó era seu olhar santo

que se desfazia em estruturas de aço e ferro
pele-seda olhar de anjo nobre
e em cantigas todos a bendiziam
enquanto homens sujos e sedentos de sangue
se debruçavam uns nos outros para olha-la
e caíam lentamente como um todo
pois seu amor partiu no verão
e em ferimentos se desfez
num campo de batalha
sangue e pólvora derramados por seu rei
que em sua honra ofereceu um banquete
sua alma e amor lhe valeram uma medalha e nada mais
mas afinal quem é que liga pro amor?
que só corrói a esperança de se amar de novo
e quem é que vai chorar por nós dois?
sejamos sinceros não há mais nada a ser lembrado
mas... de que importa um soldado
se a guerra já acabou
viúvas foram feitas
em nome do amor
que se desvairou aos poucos
em um campo de orquídeas
escreveram seu nome no céu
e eu tolo tentei alcançar
mas meu cavalo alado
esqueceu-se de voar
fiquei atrelado ao chão
vendo as nuvens em seu rosto
sozinho em meio as flores
em minha boca senti seu gosto
e mil missas foram rezadas
em nome do nosso amor
estirei uma bandeira
que adociquei com o suor das nuvens
em um dia de chuva
e mil anos se passaram
em vinte e quatro horas
e eu nunca mais
olhei pro céu

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pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte