no escuro presente do amor cansado
fico perdido com setas e placas de indicaçao ao lado
me sinto mais estranho que filme brasileiro no oscar
e pior que apresentaçao no circo da foca
me tranco no quarto ouvindo solo de trombone
enquanto no resto do mundo morrem de fome
e desambiguo a ambiguidade presente
ajudando as crianças carentes
com um cesto de roupas transparentes pra fingir que sou rei da morte negra
saio do quarto e vou a procura da princesa
que me trocou por um hipopotamo com insonia
adestrado por uma velha canibal
que trocou uma bananeira por canavial
e viveu entre o céu e o inferno
minha familia lendo esta poesia
disse que é mais estranho que minha tia com estria
que as celulites de minha vó
me chamaram pra comer bolim de mocotó
e pichar new york de vermelho
e ficar lá um ano inteiro
fumar erva doce e tapioca
comer caldinho de mandioca
e ser feliz a vida inteira
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