Não há refinaria
Com tanta qualidade
Como quando eu te refiz
Sem mais finalidade
Só meu bel prazer
Não há raiar do dia
Com tanta vontade
Com a ferocidade
Desses olhos teus
Não há leão faminto
Com tanta fome
Quanto tenho pelo seu nome
Por te pronunciar
Não há catedrais com tanta pressa
Quanto a que tenho esta
De te anunciar
É que eu sou calmaria, rotina dos dias
O avanço da maré
E você é embaraço, pernas de bailarina a se embaralhar
Você é a vontade
Desesperada
Que eu tenho em sua boca
E no que mais te há
Teu corpo é uma rara descoberta
Coberta de você em ti muito de si mesma há
E eu fico aqui desesperado
Procurando a falta de um pedaço
Pra poder me encaixar
Vê se te quebra, mas não se despedaça
Que por pura trapaça, com o que me sobra
Vou te remontar
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