Rude flor és tu rosinha

Ó flor rude e serena flor da noite
bruta ode ao pecado perdição
que saudades exalas do caminho
que saudades saúda a saudação
ó rosa sensata da manhã
tu que exalas serena compreensão
rosa matinal, flor do pecado
que maldades rosinha tem no coração
flor modesta, flor de tranquilidade
que apalpa a serena exatidão
liberta da dor da liberdade
tu que roubas de mim essa prisão
onde estás teu caminho, vou ao contrário
outro rumo outra rota imensidão
dois caminhos cruzados ao contrário
onde tens teu começo, meu final
onde navegas a barco, voo de avião
onde estás tua verdade minto outra vez
e te quero sim mas digo não
ó flor da madrugada onírica flor
tu que fostes o que és insensatez
o segredo agora é sagrado
e o sagrado é segredo outra vez
onde vejo mil velas num só barco
onde reinam católicos, romaria
onde reina a dor, mora o fraco
onde reina o passado, nostalgia
meu presente pra ti é um futuro
que moldei contigo ao meu lado
com rosas e frutas, em miúdos
ausente do mal e do pecado
meu presente pra ti é um futuro
construído comigo lado a lado

Em tudo há um pedaço de ti

Estás no recanto do ato que já consumado posso então descansar

na memória infértil que nada mais inventa além do que lhe vi fazer
e em cada despedida, apertos de mão beijos no rosto, cada passo a se dar
em cada coisa feita ainda encontro você

estás na caminhada a meia luz e beira mar
em cada alvorada, cada sol a deitar
em cada palavra, ainda por se dizer
em cada coisa minha ainda encontro você

em cada momento,fotos jogadas
em cada movimento, cartas embaralhadas
em cada tudo meu, pedaços de nada
em cada partida, em todas as chegadas

estás constantemente a se desfazer
como eu me desfaço me fazendo mim em você

Ahh nostalgia

Vivo em preto e branco, em tempos passados que outrora estavam presentes
e o passado me perdura nostálgico, vindouros momentos que não voltarão
vivo em preto e branco com todas as cores em mim já ausentes
vivo em preto e branco pois com cores partisses meu coração

e se não for verdade, que enquanto opaco ainda sou mil cores exalas tu
há em mim a saudade que o passado deixou sem ti em mim
de um bar, uma praça uma bola rolando felicidade feliz tão simples assim
mas no preto e no branco juntaram-se as cores do teu vestido azul

e hoje choro sempre ao olhar o céu
que bela agonia deixastes pra mim formosa dama
ao não entrares na igreja de grinalda e vél
pois sempre que choves ouço do céu uma voz que chama

e deixo partir todas as vozes e cores perdido em prantos
pois felizmente pra mim ainda vivo em preto e branco

Sermão

Onde estão todos os santos pra perdoarem meus pecados
hei-me de partir com meus atos errados
no caminho, em buscas das respostas com os olhos fechados
rezando pra um deus que nunca me respondeu
eu chorei tantas vezes e nada aconteceu
estou aqui de pés descalços vestindo a humildade
meu amor já se foi, me falta a liberdade

o senhor me pastoreia nos mares escuros
e o meu coração já vê sombras no horizonte
não acredito em anjos não, eles não me trazem paz
nem mesmo a noite me faz dormir, tenho medo do escuro
e com medo não tenho outra opção a não ser rezar
pra não ter mais que viver sem você

ó roma eterna, dos mártires dos santos
ó roma eterna, acolhe nossos cantos
glória ao alto ao deus de majestade
paz sobre a terra justiça e caridade

Meu coração é um carro em movimento
atropelando os meus instintos mais sinceros
mãe, hoje eu não quero dormir só
posso dormir no seu quarto?
não acredito ainda em verdades sinceras
nem em mentiras
eu só acredito no seu olhar
quando as flores passarem
nada mais vai me importar
já é verão, sonha comigo
vamos juntos rezar pra ser feliz de novo

ó roma eterna, dos mártires , dos santos
ó roma eterna, acolhe nossos cantos
glória ao alto ao deus de majestade
paz sobre a terra justiça e caridade

onde estão as rosas de um tempo tão bonito
hoje repousem sobre pedras de granito
e tudo passa com o vento e a poeira
e a solidão é minha mais nova companheira
e eu me deito sobre o chão que hoje é tão frio
porque você se foi? será que tudo existiu?
eu tenho uma arma de brinquedo,
mas tenho medo de te machucar
eu não brinquei, de fato falei sério
eu tenho uma horta em casa...Mas não tenho nada pra plantar


ó roma eterna, dos mártires , dos santos
ó roma eterna, acolhe nossos cantos
glória ao alto ao deus de majestade
paz sobre a terra justiça e caridade

il sangue di un cuore che ama

Simples a simplicidade que tanto me circulava
triste os ventos agora raros com teu cheiro e gosto
que carregam pétalas dos caminhos onde caminhava
que ao sabor do vento eram sempre marcas do teu rosto

e quanto há de sorriso em teu sorrir?
sabes que foi tu a derrotada por teus olhos
sabes tu que vitimada foi por seus próprios imbróglios
e por isso foi obrigada a ver-se partir

pois minha santa, aconselho-te não minta reaja
se estás aqui ferida é por tua causa e consequência
pois quem se cala consente para que então haja

de novo um novo agir perdedor
pois o peso do fracasso, pesou-me todas as vezes
que ousei derrotar o amor

Escambo

Melhor eu ficar calado
mascando um chiclete amargo
que ouvir de ti tua voz
dizendo que não foi por mal
melhor ficar deitado
num travesseiro duro
que ver de ti um beijo outro homem roubar
e é assim quebrado
meio que torturado
que em meio a tragos de um cigarro que eu nunca fumei
me peguei filosofando e descobrindo
que foi muito amando que acabei partindo
nesse caminho louco que é amar alguém
que tanto faz bem que só podia acabar mal
mas permaneço calado
com o gosto amargo na boca
de um chiclete de mente ao invés do doce do teu beijo
que ficou em outra boca, outro apartamento
em uma foto eternizada os nossos momentos
que jurei pra mim mesmo iriam acabar um dia
mas os dias não passam mais do mesmo jeito
pra cada segundo uma dor no peito
e me desespero a procurar
uma garrafa de água benta batizada
talvez derramar água sanitária
e engolir até meu coração parar de latejar
mas a verdade é essa
o amor que chega rápido se vai com muita pressa
e deixa sempre o gosto de ter sido rápido demais
mas em silêncio fico aqui trancafiado
ouvindo chico buarque tocando no meu rádio
com a televisão ligada em um canal qualquer
pois todo homem sabe que em ironia
a vida ri quando descobre que um dia
todos nós já nos trocamos por uma mulher

Ms e outras consoantes

Meu coração sozinho e cansado

já não aguenta mais
viver como pedinte
esmolando teu amor
e esses teus olhos
lampejos de maremoto
que me dominam, força da natureza
se dizem alegres sempre tão verdes
que já não consigo descansar os meus
sem ter os teus colados à minha retina
minha anja da noite
a ti dedico poemas e trovas
como declarações e provas
que o que mais espero é isso
ter em ti por um minuto a eterna felicidade
inesgotável que se acaba quando acaba o beijo
e volto a olhar teus olhos sempre tão verdes
que dão inveja ao próprio mar
que torce os olhos quando paira ao chão
com esse sorriso de Monalisa
minha obra de arte
pois dedico a ti esses versos
não por amor este sim perdido
mas pelos teus olhos que me deixaram alegre
mas que hoje fazem de mim
mais uma vitima do cupido
que trancou em mim com sete chaves
as sete letras do teu nome
esse chamado amor
e só contigo a porta se abre
e quando fecha dói demais
e te esquecer é tão difícil
que quase chego a ter certeza
que este tempo vindouro
não chegará jamais

Lara

Não te vejo mais desfilando seus passos no chão
em minha rua já não flui teu cheiro
já me basta então te ver
acho que amei demais
passei horas olhando teu nome na areia
que escrevi com meus dedos tão seus
já me basta te olhar
acho que não sei amar
não me arrisco mais
a olhar para o céu de noite
em tudo vejo teu rosto
feitiço certo, perfeito bruxa do mal
mas não é verdade então?
que o caminho se faz ao caminhar?
e onde está o amor?
num coração que pulsa ou numa alma com dor?
e já é tarde, mas meu sangue ferve
está tão quente e eu aqui tão frio
meu corpo te pede, meu coração vazio
já não consegue deixar te amar
mas está tudo certo você está feliz
mentir por amor
acho que te amei demais
e no fim das contas
nenhuma conta se fez
não somamos um mais um
não chegamos a ser três
mas tudo bem... tanto faz
acho que te amei demais
tudo bem, tanto faz...
já aprendi como se faz
posso errar de novo outra vez
como errei todas as vezes
mas tudo bem tanto faz
acho que já nem sei mais
tudo bem... tanto faz
eu te amei demais

Soneto 5

Quem se desfaz como eu me desfiz perante a ti oh minha santa
sabe que morrer em prantos num quanto vazio é destino certo
sai de mim esse eu que de meus olhos tu arranca
só pra ter em meus olhos teus olhos por perto

mas não me engano. não é por mim que teus olhos me querem
não. minha santa teus olhos esperam por piedade
pois se sente sozinha e esta é a verdade
teus olhos que tanto lhe orgulham são os mesmo que te ferem

e de ti já não sobra nada longe de mim eu sei
mas de mim fica pouco quando a vejo longe irei
ao despertar dos sóis em teus olhos fechados errei

pois teus olhos se fecham tão perto dos meus
e os meus se abrem tão perto dos seus
pois juntos já somos somente um eu

Vocês não prestaram atenção

Dance, dance filho da puta
na sua garganta esse gosto já é falso
é de um sabor já sintetizado
dance filho da puta
pois sua princesa já não mais existe
pois verdade não há na ilusão
e governaram todo o seu ser
dos pés à imaginação
dance filho da puta
ao som de qualquer canção
pois tudo é quase tão real
que qualquer um pode acreditar
que era mesmo tão verdadeiro
que quase dava pra tocar
dance filho da puta
pois enquanto você dança
um lobo te espera
em seu banquete seu cérebro e coração
e enquanto atrai o lobo pra si
se juntam a ti todos os bufões
que vivem em casas com ressonância de vidro
e fazem exames hospitalares
que assistem tv a cabo
a salvo dos lobos em seus lares
somos todos lobos
somos todos tolos
somos o que ninguém na verdade quer ser
mas nós já chegamos até aqui
então que a tv não mude de canal
pois hoje eu quero ser
um ser humano com cabeça de animal

A.I doeu (inteligencia artificial)

Muitas gravatas, cidades de concreto
cinza no arco íris que nunca mais apareceu
muito dinheiro, muita coisa dando certo
penas de uma ave que nunca realmente voou
são muitas toneladas
muitas calculadoras
muito giz de cera e nada pra pintar
são muitas contas, muitos números
algarismos demais pra gente poder pensar
racionalizaram o dinheiro
esquizofrenaram a mentira
nossas crônicas são cada vez mais fictícias
seu couro vale ouro
ouro de tolo
tolo coitado que acreditou em tudo
são muitos tudos
muitas coisas
tantas coisas
eu já nem lembro mais
os nossos porcos estão embriagados
nossos ratos estão engaiolados
nossos jornais tem gosto de pólvora
nossas vidas se morrem e se matam
pra gente poder pagar a conta
pra gente poder se vender
pra gente poder bancar a pompa
pra gente poder ter poder
e nada disso mais importa
nós somos todos iglus
vivendo nesse mundo cinza
com nossas camisas azuis
pra gente não se diferenciar
e comer comida enlatada
pra gente poder achar que é tudo
é quase sempre nosso nada
pra gente quase enxergar
pra gente quase falar
pra gente quase pensar
pra gente quase ser
só pra enfim... a gente quase viver

48

E são nesses dias pluviosos que triste e partido

me liberto das brasas dessa falsa realidade
que sem abrigo me abandonas triste, decaído
pra conservar em meu peito a verdade

e são essas sombras antes luz de olhos abertos
que me dedico a moldar-te em óleo e tela
e sem abrir os olhos me arrisco a vê-la
pois imaginar-te é passatempo predileto

e a chuva, monções de ódio e emoções partidas
vem aliviar esse arder imenso
que é ver contigo partir a minha vida

pois foi quase verdade sem se restringir
e a me perguntar fiquei aqui
refém deste amor que finge existir



pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte