Muitas gravatas, cidades de concreto
cinza no arco íris que nunca mais apareceu
muito dinheiro, muita coisa dando certo
penas de uma ave que nunca realmente voou
são muitas toneladas
muitas calculadoras
muito giz de cera e nada pra pintar
são muitas contas, muitos números
algarismos demais pra gente poder pensar
racionalizaram o dinheiro
esquizofrenaram a mentira
nossas crônicas são cada vez mais fictícias
seu couro vale ouro
ouro de tolo
tolo coitado que acreditou em tudo
são muitos tudos
muitas coisas
tantas coisas
eu já nem lembro mais
os nossos porcos estão embriagados
nossos ratos estão engaiolados
nossos jornais tem gosto de pólvora
nossas vidas se morrem e se matam
pra gente poder pagar a conta
pra gente poder se vender
pra gente poder bancar a pompa
pra gente poder ter poder
e nada disso mais importa
nós somos todos iglus
vivendo nesse mundo cinza
com nossas camisas azuis
pra gente não se diferenciar
e comer comida enlatada
pra gente poder achar que é tudo
é quase sempre nosso nada
pra gente quase enxergar
pra gente quase falar
pra gente quase pensar
pra gente quase ser
só pra enfim... a gente quase viver
A.I doeu (inteligencia artificial)
Postado por
farley ramos
segunda-feira, 2 de maio de 2011
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