eu, nós e ela!

meio dia, é dia de verao, com seu olhar atraente
meia hora é hora de parar seguir o embalo do dia
rumo a minha romaria, matinal, somente mais um dia
toda rotina tem sua beleza, pena que nao da pra notar
todo dia tem algum interesse, mas nao quero enxergar
estou cego por dentro, e com fome por fora
palido, sem argumento, e atrasado uma hora
nao demora e o dia passa, ja sao duas da tarde
ela com sua boca santa, me beija com gosto de amor
todo dia, tem sua fantasia, coisa de maluco
toda hora, o futuro quebra um espelho
ao refletir seu rosto nú
sem proteçao, todo mundo é igual
por dentro da pele vestida

ah meu deus! se a minha vida passar
nao me deixe chegar atrasado
quero viver todos os momentos
sem deixar nada de lado
ai a vida, dói tanto, por que que eu nao largo ela?
pesou minha cruz, eu abro meus braços
procuro em encalço com meus pés descalços
cansei de continuar mas por ela eu sigo reto
sempre com ela por perto, pra me beijar as 6 da tarde
daquele inverno perpetuo noturno no piauí
aiai ela estava ali
vestida em seu corpo e cabelo ao vento
em cada movimento, uma nova beleza me surgia
era como a liturgia matinal de um padre beato
olhar pra ela era o unico ato
sua beleza me contagiou
senti despertar em mim, a essencia de um poeta
e com meus versos sem rima
me algemei, aos seus olhos de mar
que embora nao fossem azuis , me refletiam a alma
me faziam perder a calma e me mostravam um pouquinho de mim
ai meu deus como é bom ver ela, com seu corpo vestido de ela
sem mais e nem menos perfeita
aos meus olhos ingenuos
ai meu deus como é bom amar
peço que ela, me escute
pois nao consigo mais falar
minha boca junta da dela
é o meu jeito favorito de estar

soneto de amor verdadeiro

em quanto tempo mais hei de passar perdido em seu olhar
que me cobre de afeto, e me unge com paz que ha tempos havia esquecido
mas, amor, ei de em tua alma com meu corcel passear
só pra poder me achar e perder em teus cachos de sóis perdidos na libido

amar é um veneno gostoso, de prazer inexplicavel
é doloroso, penoso, mas só uma alma apaixonada sabe o quanto é bom sofrer de amor
é ruim mais gostoso, é deleite da terra, manjado ao mar e curtido ao sol como flor
é algo endiabrado, porem divino pessimo porem rentavel

ei de cantarolar, se puder, ei de chorar se tiver
ei de matar-me envenado de desgosto se por um minuto eu perder o gosto
mas hei de ser, por que só é quem ama e ama quem quer

estar amando é melhor que amar
é melhor do que ter
estar amando é otimo pois eu amo voce

soneto do olhar amado

por onde passa aquele som que há de passar
enquanto trota alegremente um coraçao?
em quais partes de nós havemos de estar
para que reavaimos a inquietude da paixao?

sei que há de haver uma eterna solidao
em uma dor que passa despercibida
que segue incognita,singela em minha vida
que há de tornar-me proximo a meu coraçao

e o que há de ser uma flor senao uma flor?
e o que há de ser uma vela senao uma vela
o que há de ser da paixao sem o amor?

o que será que será
que tanto eles procuram e nao hao de encontrar
em cada gesto nobre, no amor de um olhar

eu matei um cara!

eu matei um cara...

nao foi por ódio ou rancor
eu matei um cara...
isso nao se explica sozinho...
na verdade eu juro , nao estou louco eu matei um cara
roubei dele o dom da vida
senti-o agonizando em meus braçoes
e ao invés de ajudar...
eu matei um cara
suicidei-o em uma lapide podre e carcomida
e o enterrei em um balde de sangue
eu matei um cara
eu sou um cara...
eu matei um cara que sou eu
me matei observando seu jeito de andar
nocivo e fatal mas ainda sim observei
e observando senti um tiro em meu coraçao
e soube desde o primeiro momento que se nao fosses tu nao havia de ser ninguem
eu matei um cara
procurando laços em teus braços
só pra me jogar em abraços e demonstrar toda minha solidao
eu matei um cara
no alto do amor complascente
que me veio tornar inerente
eu matei um cara
fingindo coragem e resmungando lagrimas
tomei o juízo
e joguei-o fora
como se nao necessitasse-o outrora
eu matei um cara
perguntando em farpos se me amava
e observando enquanto se esquivava
aí sim eu matei um cara
como um espelho partido, uma rosa ao sol curtido
eu matei um cara
e o cara aprendeu sem pecado
que amor se faz lado a lado
é algo maior que a solidao
somos todos suicidas paranoicos
heróis deuses com atos heróicos
pois amar é pra poucos corajosos
eu matei um cara
e mataria mais dez se pudesse
se mais amor assim viessem
mataria o quanto precisasse
eu realmente matei um cara
que viveu assim bem mais feliz
do que se nao tivesse morrido
morreria ele mais cem vezes
pra ser acertado pelo culpido
eu matei um cara

soneto de paixao cocretizada

às vezes o silencio me percorre o pensamento

dilui o fluxo consciente do marasmo da razão
ilumina o inconsciente do momento
e transforma em palavras dor e solidão

percorrendo os traços verdes, ludibrio a atenção
e transformo em corredor todo meu apartamento
minhas idéias se transformam em um crucial momento
que me remetem a ponderar paixão

e entao finjo que sim e faço que nao porém talvez
seja tudo feito em sim e nao
e eu termine de me perder por mais uma vez

e entao finjo desesperado ouvir
o que ja se ouve contado no silencio das estrelas
meu amor por você nao vai fugir!





parafernalhas de um autor sem criatividade

bom na verdade eu nao sabia como expressar em versos algumas coisas, o blog é meu e nao preciso me preocupar se alguem vai ler e gostar, até por que acho que ninguem lê essa droga...bom às vezes a gente se perde no meio da trilha traiçoeira que se chama vida, na verdade a gente nao se perde só enchemos ela de drama pra dar essa impressao, é tudo muito simples mas a gente acaba arrumando um jeito de complicar, ja pensou o numero de situaçoes que a gente poderia evitar engolindo nosso orgulho e nossa pré-percepção?seria tudo mais facil senosso ego nao estivesse no meio do caminho, mas infelizmente ou felizmente o ego está lá...na verdade é bom ser complicado, sem esse drama da vida tudo seria tao mesquinho e amargo praticamente sem o doce sabor de groselha que nos dá viver...é.... tudo é tao simples como dizer oi e tao divergente quanto ver para crer, é a vulgaridade que a torna tao séria, mas nao sei se é assim que deveria ser...há amores e rumores que vao e vêm ao tic-tac do relogio... sonhem, mas sonhem com moderaçao, acreditem em tudo o que lhes disserem mas desconfie do que acredita... seja feliz, mas sempre com um pouquinho de solidao, bebam agua mas sempre se mantenham com um pouquinho de sede por que? por que o bom da vida é saber aproveitar

soneto de "mims" roubados

amor se faz ao repartir o pao
silencio é infortunio preciso
guerra se faz ao estender a mao
paixao que faz perder juízo

luz que provem do fim do infinito
sorrisos atados sobre laços endiabrados
beleza da luz é tao bonito
quando a pontualidade dos atrasos

sorriso desgraça que me parte razao
de outra veras tao envenenadas
que de tantos "sims" me disse nao

amar você é nao ter mais eu
pois fui roubado pelo amor
e o que era mim agora é seu

cosa nostra

um belo bar pra beber
a praia pra se deitar
um belo sol pra se ver
morena pra se amar
serena vela a sofrer e cantar
a multidao a sorrir
a areia a voar
e o povo todo a se deleitar
quando anoitecer
eu quero ver o silencio passar
quando o povo perceber
quao traiçoeira a beleza será
por que beleza é essencial
por que amor nao se faz ao sorrir
por que amar é coisa de brasil
é coisa nossa desse céu anil
quando anoitecer
eu quero ver o silencio passar
quando o povo perceber quao traiçoeira a beleza será

samba cançao

nao, deixe o samba cair ou deixe o samba morrer
brasileiro gosta de samba
sambar é viver
samba samba brasi ô lê lê
samba samba brasil ô la la
samba samba brasil
vamos todos sambar
nao importa o que aconteça
o dia é festa
alegria de pobre dura pouco
no brasil nao tem essa
ô brasil!
futebol na rua to lá
ô brasil se é pra cantar
me traz mais uma cerveja
que eu vou lá
samba samba:
samba samba brasil ô lê lê
samba samba brasil ô la la
brasileiro gosta é de samba
ô vamo sambar!
nao importa a hora
dia ou lugar
quando a mulata dança
o povo todo quer sambar
presidente morreu? morreu sim
acabou o dinheiro acabou
mais ainda tem cachaça e o samba nunca se acabou
samba samba brasil ô lê lê
samba samba brasil ô la la
brasileiro gosta é de samba
ô vamos sambar
se o dia nasce a noite ha de morrer
se a banda passa
o povo há de correr
mas nao importa a hora, dia ou lugar
brasileiro gosta de samba ô vamos sambar

espero que seja... nada nao

um dia amargo embaixo de um chapéu

me escondo atrás do azul do céu profundo
e entao começo a me ver sombreado
num vermelho infinito infinitesimal
azul coloral
as nuvens de arco iris espiritual
saudade alçada sobre a vara num rio enchente
com as aguas de um mar verde e contente
calcado marrom
marrom como as cores do seu infinito batom
a luz profunda cura a escuridao doente
doente como o ar da floresta a queimar
um céu de centelhas doentes jogadas ao ar
verde como o farelo do brilho do mar
verde como o cabelo da loira ao sair do mar
mulata serena cor do perene espiral
do vento ao cabelo a cor que inferniza infernal
o brilho da cor
salgado aos ouvidos do mago cor de coloral
flagelo adocicado, libido fatal
silencio doente agoniza em dias sem final
vermelho poer
a noite anoitece a lua escurece só pro dia nascer
e deus com cachimbo olha pra um menino
e diz: meu filho é seu
agora tu tens o cachimbo que deus lhe deu
e fuma deitado na rede de frente pro mar
o ópio do brilho lindo que há de encontrar
o ópio daquela boca que há de beijar
e deus senta num balanço la na varanda
alegre a cantar
bahia, farol pelourinho até te encontrar
e deus chupando cana tenta assobiar
deus volta a ser criança pois é bom sonhar
azul insular pertinente azul celestial
e o céu da varanda como pérola negra me lembra que a noite não tem final
como um arco íris centelhas de brilho
um dia normal
fogueira varanda viola poesia e saral
deus cuide da morena ó deus por favor
cuide dessa beleza
brasil de infinito amor!





a milenar arte de dizer as palavras certas sem complicaçao na noite com chuva na cabeça

um vento forte, pra afastar o cheiro

uma noite fria pra um travesseiro
uma cova rasa, um prato fundo
um rio largo, um albatroz
pedaços de sopa de mim e nós
algoz solitario, de agua azul
armênio, passeio, vidraça e silêncio
passeio,arma, crônica vento desleal
vou procurar a lucidez em minhas palavras e excluí-las em meus atos


explicaçao controversa sobre mim mesmo

pela primeira vez eu vou postar algo neste blog que nao é um poema, mas nao deixa de ter como assunto tal coisa.na verdade eu acho que estou sendo complexo de mais para continuar sem explicaçoes, é o seguinte: se voce parar pra pensar bem todos os poemas dessa droga de blog tem como tema central a sociedade humana refletida em um 0plano escancarado de ilusoes, tudo que digo é verdade até que se prove que é mentira e vice versa,e, tudo que digo é o que está dito contra isso nao há argumentos mas desde quando há algo a dizer? esses dois conceitos sao os que inventei e os insiro na minha obra de algum jeito, nao sei se posso chamar isso de arte mas afinal o que é arte? bom era pra eu explicar mas acabei confundindo ainda mais valeu galera a partir de agora de volta a só poemas ok?

neo-expressionismo voyeur de linhagem perplexa com traços de comunismo sovietico

Prematuro,verde, insônia milênio
Trovador de rococó , gás hélio e hidrogênio
Truco, palestra, gado manso, uniforme fardado aos porcos
Transversal perplexo azul
Paradoxal enigmático sul
Ornitorrinco vermelho dendê de vatapá
Insular,energúmeno ateu
Cinza a prata o azul e o seu
Batalhas, ignóbeis e indigentes
Com moléculas de raios transparentes
Anexadas a cores vigentes
Com colorido de plagiado de ferrugem
Parasitas vermelhos na porta
Inúmeros, paráfrases de milharal
Pragmáticos verdes bestial
Eremita da cana na porta
Com meus quadros drogados de Lênin e Marx
Dois passos pra frente e um para trás
Com traços de uma mordida dentada
Com água do gasoduto de petróleo dourado
E uma multidão lado a lado
Ouço o gado amedrontado
Misturo tudo com pó de pirlimpimpim
Eufemismo com anedotas sem fim
Braços de novelo de amônia na banana
Pra mostrar que em pá de cana
Se há um exercito em cada pessoa

cansaço

Tudo que você disse eu já cansei de escutar
Tudo que você faz eu já cansei de corrigir
Tudo que você sonha eu já cansei de pensar
Tudo que você quer eu já cansei de oferecer

Cansei de cansar de ver nos dois tentarmos de novo
toda vez
Cansei de cansar de te ver tentar se corrigir outra
vez
Cansei de cansar de ver a gente se autodestruir aos
poucos

E cada vez que eu tento ir embora eu deixo pra outra
hora
E acabo não indo
E cada vez que eu finjo não me importar
Eu me importo sempre mais
Sempre mais com você
Cada vez que eu finjo não gostar começo a te amar
Te amar outra vez

O cansaço do meu coraçao vai me levar a morte
O cansaço de tanto azar vai me trazer a sorte
O cansaço de você
Vai te trazer pra mim
Outra vez

E se no dia em que a porta se abrir o telefone tocar
Nesse dia você vai querer me falar eu cansei
Cansei de tentar
Cansei de tentar
Cansei de tentar

raspudim,o conto de astaroth

Terras altas do baixo clero
O inicio do fim
Ventos se foram, por entre a eternidade
Começa o mundo conforme sua vontade
Folhas em branco, esperando uma escrita
Mortes ainda a procura da vida
Tempos que passam sem querer passar
Observando o ato de poder pensar
Atrás do espelho
Atrás de você somente sua sombra se igualará
Aos seus sórdidos sonhos que querem pensar
Através de você se enxerga quem realmente você é
Do lado do nada o contrario do tudo
Do lado da vida o contrario da morte
Do lado do azar as penas brandas da lei da sorte
Parágrafo da lei
A escrita das palavras
Os desentendimentos entendidos
A fé que move montanhas e pede pra parar no ato de ser racional
Através do vento, um simples momento que rege o mundo
"fechai as portas dos seus olhares dignai-vos por sobre o mundo
Esquece os males e transforma-te em reservatório da pureza
"Para que nada nem ninguém saibam que vós sobrepondes-se a vontade deles"
Segundo regimento
Através das montanhas caminha pequeno e sereno
Através das caminhadas repousa a trabalho
Vê a morte ao fundo cantando sozinha
Lembra-se profundo da voz da canção
Caminha regendo sua nova lei da vida
E canta querendo um dia pensar
Caminha andando e pensando ao relento
Acha que pode poder achar
"ver-te pois irei, caminhar-te ao olhar da lua
Esqueça-i o caminho de casa pra poder lembrar-se da tua vontade
Que é caminha sem parar pra pensar aonde ir!"
Conto de fadas
Caminho da princesa o amor se porta calmo e mansamente
Contente e descontente se animam apenas em poder contentar
Cantando o conto de fadas que une a princesa a quem a queira amar
Treze porem são os erros dos contos de fadas em geral
Pra citar três entre o amor e o ódio se esconde o real
Entre o olhar e o beijo o instante crucial
E entre os contos de fadas sempre existe o mundo real
Eu sei o que sou, não vou mudar
Não quero mais voltar a ser
O que eu fui pela ultima vez
Vou me botar em primeiro lugar
Sei do que sou não vou mudar
Agora que restou somente eu e você
Vou pedir vou gritar mas sei que nada sou!

nossa paz é minha tua e de todos tambem

a minha paz é uma arma sem nome

que se esconde dentro do meu coraçao
minha paz tem voz, nao é medo
minha paz é pura emoçao
singela promessa
entre o vento e a floresta
num barco sem nome
num naufragio em mim
minha paz é fragata
largada na luz da extremidade mundana
minha paz é nossa
minha paz é minha, sua, e de todos tambem
ela é nossa
minha paz ta armada e preparada pra atirar
fazer a guerra em busca de paz
minha paz ta pronta pra errar
com as chaves da prisao
eu me tranco em uma nuvem
feito estrada de algodao
num eterno vai e vem
numa rua sem saída
de tijolos amarelos
toda a paz contida
nos versos mais sinceros
em um vento cintilante
com jeito de onipotente
com palavras transparentes
ela se faz presente
toda paz é um ser humano
a procura da estrada
onde o nada é tudo
e o tudo se resume ao nada
um espelho paradoxo
cunhado em ouro e prata
onde nao matam que morre
nem morre quem mata
toda a paz do mundo
é o coraçao do homem
que doa sua mente
e planta consciencia
floresce da raiz
se transforma em semente
a semente da ciencia
cria um homem feliz

gika

no escuro presente do amor cansado

fico perdido com setas e placas de indicaçao ao lado
me sinto mais estranho que filme brasileiro no oscar
e pior que apresentaçao no circo da foca
me tranco no quarto ouvindo solo de trombone
enquanto no resto do mundo morrem de fome
e desambiguo a ambiguidade presente
ajudando as crianças carentes
com um cesto de roupas transparentes pra fingir que sou rei da morte negra
saio do quarto e vou a procura da princesa
que me trocou por um hipopotamo com insonia
adestrado por uma velha canibal
que trocou uma bananeira por canavial
e viveu entre o céu e o inferno
minha familia lendo esta poesia
disse que é mais estranho que minha tia com estria
que as celulites de minha vó
me chamaram pra comer bolim de mocotó
e pichar new york de vermelho
e ficar lá um ano inteiro
fumar erva doce e tapioca
comer caldinho de mandioca
e ser feliz a vida inteira

castelo de areia em sodoma e gomorra

se despedaçam entre as linhas de minhas maos pedaços de sangue unido por uma corda

se entrelaçam em meus dedos pedaços de corda formando um nó
se despedaçam em minhas maos enquanto queimam a amazonia
um corpo com insonia
feito um monstro canibal que destroi sua propria especie
um festival bizarro que desde sempre acontece... mas ninguem enxerga
enquanto houver fogo ha fumaça que destroi queima e mata
por entre os meus dedos escorre o suor de tanto tentar ser livre
e me prender na liberdade
por entre minhas maos escapa uma vida
minha carne acusa o golpe solitario
de mais um ninguem perdido entre as cores
esse arco iris chamado humanidade
vejo na gota de suor o sangue de meus antepassados
que ja estao ultrapassados e de nada adiantou seu sofrer
vejo em meu sangue as marcas de quem ja cansou de lutar e entao preferiiu viver
vejo em meus sonhos um sonho, de mudar de mao essa corda e desatar esse nó
vejo uma estrela cadente etoando a cançao em acorde de mi maior
sinto meu corpo tremer como tremeu o mundo com o disparo da bomba atomica
vejo a humanidade dar voltas e vejo a diferença anacronica
me perco em meu sangue exilado em um pensamento gelado de só querer ser voce
me sinto um preso construindo a masmorra
pois tentar é lutar a toa
é como fazer um castelo de areia em sodoma e gomorra
é como tapar o sol com a peneira
de nós só restou poeira
sou eu contra mim e nós contra todos
somos sabios eremitas tolos
ergamos e mao e cantemos a deus
pra proteger os filhos seus
deles mesmos que se matam em tronca de sangue
que atiram e trocam vidas por diamantes
por que tentar é lutar a toa
é como um preso construindo a masmorra
um castelo de areia em sodoma e gomorra
cansei soltei a corda com nó e tudo
nao da pra aguentar o peso do muro
deus saúde nosso presidente
deus saúde nossos representantes
deus saúde a gente






o pensador e a feiticeira

Eros unia a epifania do pensamento com a ciência de fé
(pensador)-abra seus olhos para o mundo, pense um pouco no que esta ao seu redor
-quero resolver os problemas ao invés de criar sempre novas perguntas
(feiticeira)-quero enxergar por sobre a luz, quero ver alem dos que meus olhos mostram
-quero acreditar no que esta acima da razão
(pensador)-impossível ver além do que seus olhos mostram
-impossível crer em algo que não tem explicação
(feiticeira)-não vou discutir
(pensador)-diga
(feiticeira)- não vou falar
(pensador)-fale
(feiticeira)- creia no que você acredita, pare de pensar nem tudo no mundo tem que ter explicação
(pensador)- eu quero entender
(feiticeira)- não da pra explicar
(pensador)-então me prove em que acreditar
(feiticeira)- você acredita no amor e no que ele traz ?
-só mais uma vez vou dizer que nem tudo precisa de explicação
-feche os olhos e verá que eu tenho comigo a solução
-uma vez vou dizer pare de pensar como quem precisa se desculpar pelo que não fez. Nascer
(pensador)- uma vez vou dizer eu quero continuar a ser quem sou
Só mais uma vez vou dizer que nunca pensei como você pensou. E sempre pensará
(feiticeira)- esqueça eu me rendo não tem como competir vamos ver como reage depois que eu dizer que quero ser o seu amor
-te ajudar a ver o mundo como voce nunca pensou
(pensador)- estàs louca?
(feiticeira)- de amor
(pensador)- eu não entendo
(feiticeira)- e nem eu
Mas não precisa entender basta acreditar
Que assim voce vai ver que nada será como sempre foi
Uma vez vou dizer
Uma vez vou falar
Eu vou te ensinar
Vem comigo estou aqui não precisa entender
Basta acreditar
(pensador)-eu não quero acreditar
Eu so quero entender
Eu não quero te amar
Eu não quero amar
Mas também irei dizer
Sinto algo mas não sei o que
Eu sei que tenho muito a aprender. Mas não com voce
Eu irei negar eu irei tentar negar. Tentar negar até o fim
(feiticeira)-não negue ou irá morrer. Irá morrer
A culpa vai lhe matar. Matar-lhe
Ela ira te devorar. Devorar
E contigo mesmo você vai acabar
(pensador)-se é assim com prazer irei morrer
Pois consigo entender que tudo tem um final
E se é assim que tem que ser adeus mundo!
"não se acredita o que não se compreende
E não se compreende aquilo em que acredita
Não precisa entender
Não precisa acreditar
Basta sentir e fazer se realizar"

de vez em quando

De vez em quando
Quando às vezes me confundo
Com as trovas de quem vê
De vez em quando

O meu silêncio,
É um barulho insuportável
De vez em quando,
O meu espelho me mostra o que realmente sou

De vez em quando,
Todas às vezes,
Eu admito até pensar
Em me encontrar
Do jeito que eu sou,

De vez em quando
Quando o outono é inverno
E meus verões são frios
Escuto uma voz,
Que vem de mim
E de vez em quando
Quando as noites são, mais claras que o dia!
Me lembro de tudo
Que nunca vivi

De vez em quando
Ao tardar nos fluentes
Ao dizer dos ouvintes
Me pergunto se sei mentir
E a resposta,
Sempre vem a cabeça
Quando todo meu sempre,
É de vez em quando!

desabafo de um poeta doente

e se eu dissesse que a flor de tão bela imagem

atordoa a paisagem e o brilho da margens
de um olho a chorar
e se eu dissesse que de todos os rios
de aguas tranqüilas permance em mim
somente a imagem refletida no espelho de seu olho a sorrir
se eu lhe dissesse que de todos os méis
o mais doce que encanta é sua boca a falar
e seu eu lhe dissesse que todos os sonhos
o que mais me engrandece o que estou a viver
e se lhe confessasse que na estiagem toda minha agua é somente você
seria tão fácil viver no balanço
calmaria e mar manso
sem me entristecer
mas afinal o que é o mundo se não um monte de gente que só faz sofrer?
e se minhas palavras fossem açucaradas como as que saem de tua boca e me roem de amor
se eu lhe dissesse tudo isso seria um poeta
mais um versador
se eu te contasse as palavras meu coraçao esvairia e eu sem mais nada
somente procuraria por um novo amor!




verde

de todas as prosas

de todos os males
de todas as rosas
de tao populares
meu ar sereno
que governa o mundo
é o ar pequeno
de um ser moribundo
que sedento por agua se dilui em vinho
que sedento por guerra promove a paz
que ja saciado de amores
promove o ódio
com ancia de querer e poder sempre mais
meu coraçao tem o tamanho do mundo
um mundo pequeno
que de tao pequenino permite-me amar
pois se fosse grande só caberia a mim
verde
poema
simples assim

lagrimas de sol

Como é amar ate mesmo no fim

Pensar que jamais vai acabar

Ele coitado julgado invejado

Pobre coitado rico coitado

Chorou pela ultima vez sem chorar

Vitima da sua própria aquisição

Inveja do irmão

Na sua ultima festa a brincadeira se fez por matar

Tirar de alguém o que ela sempre gostou de amar

Jogado a uma caixa ele se fez navegar

Amado até o fim

Amado até o fim

Como pode se estragar tudo aquilo que se criou

Todo amor que sempre há

A morte não vence o amor

Como pode se estragar tudo aquilo que se criou

Todo amor que sempre há

A morte não vence o amor

Navegando junto ao mar

Com sua alma oceânica

Ele se permitiu vencer

Foi vencido pelo chamado que lhe fez mudar de mundo

A viúva desesperada e ainda apaixonada

Correu toda a extensão territorial

Pra provar que o amor não tem distancia

Não tem distancia

Juntou suas partes e se uniu a ele

Dando vida a aquele que se foi

Voltou do mundo pra amar de novo

Mas não é assim não dava pra ficar

Esse não é seu lugar

Pro céu voltou e se lembrou de como é amar

De como é amar

Lembrou-se de amar

Chorou limpou sua alma

Prometeu ajudar

Todos aqueles que sofreram como ele havia

Sofrido também roubaram dele

A arte de amar

A grande arte de amar se faz quando mesmo no silencio

Fazem-se declarações de amor no silencio de um olhar

E se aprende sem errar como é amar

$$$$= vida vazia

No caminho pra casa o poeta dormiu

Andava triste e cabisbaixo

Pensando: em nada me encaixo

Falava de coisas que nunca sentiu

E pedia desculpas aos céus por ser um poeta e não saber amar

E pedia desculpas aos céus por ser poeta e não saber sonhar

Até que ali adormeceu

Sonhou com a mentira e a verdade

O amor e a lealdade

Coisas que nunca viveu

O amor disse a lealdade

Que a melhor dor é a saudade

É aquela que dói despercebida

A lealdade retrucou:

Sou fiel ao coração

E te digo que não há

Dor maior que a solidão

A mentira foi brincando

Dizendo pra se acalmarem

Quando alguém está amando

Ela sempre vai além

A verdade escondida

Com aparência meio tímida

Esclareceu pra todo mundo

Que amor só é profundo

Quando dói no coração

E tratou de deixar claro

Que amor é brilho raro

E combate a solidão

E o poeta acordando

Levantou-se e foi andando

Escrever em seu caderno

Seu primeiro verso sincero

Com lápis e papel na mão:

Entoou essa canção

A canção do coração

O homem que chora é o homem que ama

O homem que chora é o homem que ama

Saudade é a dor que dói despercebida

Que dói enquanto há vida

Longe do amor

Contaram-me que a solidão só passa

Por quem o coração devassa

Como quem despedaça uma flor

Contaram-me que o amor é a semente

Que já nasce na gente

Só esperando germinar

E contaram que se a semente não cresce

É porque a gente esquece o quão fácil é amar

E deitado em minha cama fico a pensar

Que se todos os amantes tivessem uma canção pra entoar

Os poetas não teriam emprego

Pois são os que têm mais medo de se apaixonar

E se a lua cantasse comigo

Estaríamos todos em perigo

Por que ela ensinaria

O que não se aprende na escola

O amor é o dia-a-dia

É o único pássaro que não decola

retrato de uma sociedade individualista

Mais uma poesia sem nome

Mais um choro chorado

A ultima lembrança da sorte

Um pouco de chuva no gramado

Os ventos que uivam e mostram caminhos

As mortes dos que estavam sozinhos

Um pouco de flor ao cemitério

Um pouco de brilho ao adultério

Do lado de lá uma estrela cadente

Do lado de cá um sonho decadente

Azul celeste celestial

A besta e o bestial

O peregrino e o marginal

Um monge que mata crianças

Um presidente com intolerância

E tudo é sempre igual

Os sonhos são azuis

Azul da cor da água da privada

Que é onde deveriam estar todos que são iguais ao nada

Azul da cor do mar

Azul, insular

E de todos os palpites somente um não posso errar

E de todas as lembranças que não vão me devorar

Aprendi a errar

Do mesmo jeito que o poeta é morto por cada palavra

E morrem mil, duas mil, seis mil vezes com punhaladas

Morremos todos um pouco

Ao cansarmos do mundo e deitarmos em um travesseiro

Onde vivemos numa noite um ano inteiro

herdeiro da sina pop

matar é pop morrer é pop

ouvir o som que vem da favela tambem é pop
rock in roll virou pop
chorar virou pop
a carruagem dos revoltantes é puchada a reboque
reboque é pop
até o papa é pop
se a vida é pop a morte é revoltante
masda revolta nao se perde um instante
entao tudo é pop
o amor é pop
a lua é pop
os poetas sao pop
a doce ilusao de romeu e julieta
hitler e sua escopeta
certeira contra o resto do mundo
ser pop é ser moribundo
igual a todo mundo
ter a alma domada
ter a vida cantada
sua ideias ecoadas
mas todos somos pop
a vida é pop
salve o pop
herdeiros da pampa pop
se um dia eu tivesse em maos o poder de criar
seria morrer ou matar
a morte é pop
o mundo é pop

desabafo de um brasilino

e o povo da cidade em sua perfeita crueldade ignorava o bandidinho

era um ex prisioneiro mas nao mais derradeiro ficou preso um ano inteiro
condenado justamente por roubar agua da mente de um salivador
e a cidade a cantar apedrejava a coitadinho: se ferrou! se ferrou!
entao o pobre coitado
com um tiro de espingarda matou o senhor prefeito
e depois saiu fugindo, acabou de cometer um chamado crime perfeito
era o principal suspeito de um crime sem suspeitos, por roubar agua do salivador
tinha ficha criminal e a policia o pegou
chora país que deixa
acusarem pessoas injustamente
chora país que deixa
matarem injustamente
chora país que deixa porcos no comando
chora país que deixa
continuarem errando
ah quer saber? cansei de horar
o melhor é dormir e tentar rezar
pra ver se essa p.... um dia vai mudar!

o maior poema do mundo!

a vida

genio e jumento!

paradoxal inversao transversal

que chamam de polpa do algoz fatal
que transcende a episcopeia global
e modifica a alma do genero animal
quantico raio saltimbante
moribundo no alto falante
envergado perplexo com o véu errante
daquela que ousa ousar contra a corte
ofegar transparente do enigma titumbeante
o hit da beata alegre e saltitante
parafraseando a estoria gritante
do pendulo e a cruz dos analfabetos
meus erros ortograficos prediletos
sao guizas marinhas de dois sóis amarelos
junto com dois futebois de chinelo
eu espero
espero que eu possa crascer e aparecer
como fazem os energumenos que querem ser
algozes do lixao
e por trampear a minha arma eu vos declaro marido e mulher
vou tomar sopa sem colher
e fingir que sou rei comendo arroz e feijao
fotografar-me-ei com tinta em preto e branco
e molharei meu cabelo em ketchup
importando a cabeça animal
com dez por cento da capacidade cerebral
serei só eu no final
paradoxalmente igual
com linhas perpendiculares e bolinhas vermelhas no final
pra mostrar que genio e jumento é gente igual

sobre o brasil

faz de conta que eu era um poeta e sabia escrever

faz de conta que eu era um brasil lugar bom de se viver
faz de conta que eu contava piadas pra te fazer rir
mas realmente a maior piada está aqui
é gente que rouba, é gente que mata
é gente que cuida, é gente que cria
é gente que nao ata nem desata
é gente que vive em ironia
um b rasil pra quem vê, outro pra quem vive
um brasil pra quem ama, outro pra quem chora
um brasil pra gritar, pra calar a boca
um brasil que tem grana outro que nao tem roupa
vou andar pelado que nem macaco
que é o que acham que nós somos
"nois fala errado" por que nao tem escola
"nois semo assim porque nao tem volta"
olhe em volta, e veja a favela
reze uma missa acenda uma vela
que o nosso país precisa dela
um brasil pra lá e outro pra cá
uma gangorra que reza pra isso melhorar!

ouvi dizer que é amor!

ouvi dizer, quis comprovar
sorriso assim, nao hei de encontrar
tive que ouvir, nao pude escutar
se o amor cura, quem sabe nao pode matar
morrer de amor!
lutar em vao
apagar a magoa
do meu coraçao
se eles sao quem dizem que sao
eu sou seu amor
pois pra se ter coraçao
ha de se sentir dor
ouvi dizer, quis comprovar
nao pude dizer, tampouco falar
que entre outras coisas, eu amo te amar

Seu dinheiro não vale

Subjugue seus filhos

Mate-os em uma mina de carvão

Quanto dinheiro ganhará

Vendendo-os com preço de liquidação

Seu dinheiro não vale

A sua alma vendida

Seu dinheiro não vale

O diabo te ter nas mãos

Seu dinheiro não vale

Continuar nessa situação

E depois tudo volta

Seus braços cobertos de acido sulfúrico

Em meio a gritos liberais

Tudo é tão normal

Quando você não agüenta mais

O marasmo e o caos

O marasmo e o caos

Subjugue seus filhos

Venda-os em nome da paz

Subjugue seus filhos

Mate-os em uma mina de carvão

Explore seu sangue

Explore seu sangue

Venda-o em uma banca de jornal

Seu dinheiro não vale

A sua alma vendida

Seu dinheiro não vale

Pois não compra uma vida

Seu dinheiro não vale

O diabo te ter nas mãos

Seu dinheiro não vale

Continuar nessa situaçao


 

e o pivete que hoje chora em folhabranca de papel

olhou pro alto e desenhou uma linha reta
pra poder escrever, pra aprender a desenhar
ele queria poder falar, poder se expresar
se hoje pudesse escolher
o que queria ser quando crescer
seria uma carta ou talvez um bilhete
se hoje pudesse escolher o que queria ser
seria uma carta ou bilhete.. sei la qualquer coisa que dê pra escrever
e ele chorava pingos de is
e ele gritava as exclamaçoes
era moleque travesso com letra ao avesso fazia declaraçoes
e o pivete era esperto
nao precisava de escola
mas nao andava com os amigos
que cansados do mundo cheiravam cola
e ele era esperto
sabia pra onde ir
corria os campos sozinho
com letra manchada pra se divertir
ele era uma criança
e só queria sonhar
mas com seus sonhos privados
sem alternativa preferiu nao tentar
e se hoje perguntam a ele:
o que vai ser quando crescer?
ele te responde sincero
seria um bilhete... algo que dê pra escrever
e levaria ao presidente
uma mensagem da gente que só faz sofrer

pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte