Um brasileiro

filhos da pátria
ergguei vossas mãos
pois calados se referam a vós como nada
e mostre pra sua doce pátria amada
quão sujos e podres podemos ser
terra esta que me orgulho do ventre
pois a criação foi degnerada
iludida pela doce verdade
que após nós não há de haver nada
virtudes não temos
mas temos ouro e metais preciosos
vendemo as almas
para os diabos mais tenebrosos
doei meu corpo ao pecado
vendi-me por pouco dinheiro
e são essas qualidades
que me dão orgulho de ser brasileiro

Corpo e alma

pelas vastas horas vividas
te chamo
pelas muitas horas de vida
te exclamo
batizo-te com o nome perfeito
te amo
entre o orgulho e o preconceito
te falo
palavras de doce efeito
me calo
perante seus doces olhos
me caio
diante de teu corpo simplório
me saio

Razões entrelaçadas

este corpo que tu por hoje
juras amor eterno
e depois cospe
e usa como instrumento
esta boca que te juras amor
e depois de despreza
gozando em tua face
sim a noite vaga entre precalços
e devaneios apaixonados
não há mais vestígios de nós dois
vêm me roubar de mim
e transforma este transtorno em virtude
pra eternizar o sexo mais banal
nesse caso de amor imoral
que mil poetas tentam entender
e mil profetas tentam decifrar
a noite recomeça e a volta eterna de nós dois
sempre felizes apesar da vida

Pra calar a imensidão com um grito

ainda guardo no que antes fora minha sanidade
um retrato imoral do seu corpo nú
deitado sobre minha cama
amarrada em nós de corda e idéias
sua doce fragilidade
anjo...pecadora
teus suspiros em meus ouvidos
eram despudor pra um ex-pudorado
alimentava-me e saciava-me
e em cada passo novo deste segundo ato teatral
eu sentiaem ti algo quebrando
hora o juízo, hora o conceito de amor
e nos manchavamos com impurezas desse mundo banal
rindo das coisas normais
e nos entrelaçando nos nossos corpos suados
e ríamos de cada pessoa perturbada
enquanto eu e você nos deleitavamos
dois animais, dois corpos apenas
nada muito sentimental
mas na hora seguinte eu ja me definhava
em teus cabelos longos...claros
e a noite me parecia vazia
pois amanhã acordaria sem você
e voltaria a viver a vida
nada mais de risadas, piadas sobre tiranos e reis
nada mais do que um simples pedaço de você em mim
o pedaço de mim que você me roubou
e que estará sempre guardado
no relicário do nosso caso de uma noite só

Futuro sem ti é passado sem mim

por que me roubaste teu olhar guardado
que com carinho gravei em minha retina
por que me tiraste de mim aos poucos
e foi me colocando cada vez mais em você
por que teu silêncio é musica em meus ouvidos?
e dizendo nada tu me contas tudo
jogamos conversas fora
e depois nos batizamos em risadas banais
falamos das pessoas comuns
e nos olhamos sempre por entre mascaras
que são quebradas em cada frase perfeita
daquelas que só saem da tua boca
por que fizeste de mim mais um louco
se louco de amor por ti já era
e cada vez mais acho pouco
o futuro que sem ti me espera!

Apesar de nós

bato a tua porta
derubo o teu jardim
volto ao bar
me entrelaço em qualquer abraço
e fujo pro meu refugio
sujo apesar de limpo
sempre quase completo
sem você
e aí?
o que há de ser?
de mim sem você?
nada a se esperar
a não ser o pouco
que me sobra do que eu um dia fui
te guardei em mim
me perdi em ti
te trousse em mim
me esqueci no teu casaco
a flor que tatuou na tua pele
ficou cravada na minha cabeça
e apesar de tudo
só peço que não se esqueça
de como fomos felizes
apesar de nós

Eu e ela!

é tudo silêncio em teu olhar
perplexo, silêncio doce afago
é tudo verdade nas tuas mentiras
teus lábios sempre dizem a verdade
a tua pele ainda se esquiva
dos ventos fortes do outono passado
mas eu vejo a tua alma
e dela brotam palavras
que nem mesmo tua mente
consegue omitir
e eu vejo teu corpo
de um jeito que nem tuas roupas
conseguem tapar
eu vejo você
como nem você se vê
através de teus olhos
o meu reflexo te olhando
é tudo silêncio
quando você proclama
versos em forma de gírias
e me abraça desapontada
com qualquer briga a toa
assim como é tudo barulho
quando eu sinto teu coração por entre tuas veias
e tua aura por entre tua pele
e a vida brinca mais uma vez
de nos tornar somente dois
sempre menos que só um!

Eu e os outros!

que me matem
que me atirem
que me amordacem
que me queimem
que me matem
que se calem
que se quixem
que se esbaldem
que se finjam
que se mastiguem
que se discutam
que se danem
que se lasquem
que se fodam...

Confissões de um gigolô

repousei em ti minhas horas de trabalho
e economizei afetos para contigo gastar tudo
acabei doando-me por demais
e nos teus braços senti pela primeira vez
ternura
pendurei um velho casaco do teu lado
e abraçei-a com todo carinho
queria poder ficar com você
mas tenho que voltar
pra rua
mas gravei momentos
felizes, tristes, amei-a como um homem
e fiz amor contigo como um animal
no fim é só isso que nos resta
um monte de palavras....
momentos...
recordações
no fim só nos resta nós mesmos,
não tinha que ser assim,
mas é
até qualquer dia
onde repousarei minha alma de novo em tuas mãos
e por medo irei embora antes de encarar-te frente-a-frente
adeus meu doce pedaço de mim

Valsa de olhares

ela tinha medo dos olhares dele
e da desconfiança de tuas frases frias
mas não resistia a suas investidas
e perdia seus minutos sonhando com ele
e os seus sonhos le roubavam a pureza
e transformavam em realidade
o ardente desejo dele
e no dia que tudo era silencio
fez-se tango a dança de seus corpos
assim como um olhar de um menino
ela se deixou dominar pelo olhar de homem
e depois foi embora sob o olhar de playboy
e passou a noite lembrando do olhar
meio que romantico, meio de sonhador
e decidiu privar-se de qualquer olhar
da janela ao chão
agora sob o olhar curioso
e nos céus sobre os olhares de lágrimas
da janela ao chão com seu olhar de fé
e o garoto continuou
com seus diversos ohares
para os olhares femininos da cidade

Alma patriota

não sei escrever
não sou professor
minha alma lavada
minha cara de pau
foi o mar que secou
não sei poetizar
não sei filosofar
minhas taras e medos
não posso enfrentar
não creio em ti, não posso mentir
minha vida não foi
feita pra iludir
sou pobre, sou preto
sou o filho seleto
sou fruto do amor
de um casal predileto
sou fraco, sou magro
com meus pés no asfalto
escrevo poesia
sem uma palavra
sou tudo e sou nada
sou só um brasileiro
sou o filho da mãe
e de um pai guerreiro
sou um em todos
e ninguém por mim
mas sou feliz
e acima de tudo
brasileiro mesmo assim

Apesar de ti

por mal dizeres as palavras te condenam
feito o pobre fruto de um ventre endiabrado
ventre este fruto de uma pampa pobre
e da pobreza foste arrancado
ainda feto se uniu martírios
e apesar de tudo há felicidade
em um lamento quase que cantado
dos teus desprezos dedicou-se lealdade
mas ainda assim há de ser feliz
esta maldição eu te conjuro
pois felicidade plena em meio a miséria
fará de ti gozar de jubilo
enquanto a triste melodia soa
e os pardais poem-se a voar
mas ainda sem aves no céu
a felicidade há de ao teu lado estar
e feliz como um canário
há de sempre estar
apesar de ti

Mulheres

que as palavras que saem de minha boca
queimem em teus ouvidos o maldito pudor
que essas frases endiabradas que recito
provoquem em sua consciência imensa dor
e que na alvorada ecoem em ti como cheiro de flores
e que de manhã brilhe como o aparecer das cores
que devore as mensagens no almoço
e que ao dormir sinta em sua mente alvoroço
é uma mensagem direta quase sem inibição
na verdade é um problema sem solução
e não são somente palavras quando te chamo
também não são só palavras quando digo te amo
falaria mais se pudesse falar
mas na minha garganta sua lembrança está
fecharia os olhos pra te esquecer
se na minha retina não houvesse você
e o pouco de ti que não vejo
é a lembrança inexistente do teu beijo
e quem dera eu lembrasse de lhe falar
assim não teria eu que tanto de ti imaginar!

Por que eu sei que é amor!

e eu com essas palavras?
só por que queimam minha pele
e corroem meu ego
sou mais o seu amor
que me satisfaz por completo
e eu com esse olhar
que me desvaira aos poucos
e derruba o eu de mim
sou muito mais seu calor
que me faz anseiar por um sim
e eu com essas frases soltas
sempre meio que ironias
sou muito mais o seu eu te amo
que finda em mim o alegrar dos dias
e eu com sua pele?
que satisfaz a todos com toque
gosto e delicadeza
sou mais seu sorriso que me faz ver com clareza
e eu com você
que só me machuca e me faz sofrer
sou mais nós dois como sempre houve de ser

Palavras bonitas para coisas feias

pedaços de vento escrevendo ao contrário
um tufão em movimento, tsunami retardatário
vidas malucas, culpem o progresso
mentes abertas em lugares fechados
tornam o novo cada vez mais raro
chamem de futuro, eu chamo de regresso
carros que falam, andam e navegam no tempo
pensam tanto a frente que esquecem seu tempo
fale o que quiser, mas eles fazem sucesso
rockn roll cada vez mais pop
cervejas baratas filmes do robôcop
a culpa é minha eu sou réu confesso
julguem pessoas pelos seus atos
e não pela marca dos seus sapatos
um espaço pequeno cada vez mais extenso
trabalhar 12 horas por dia
se vender por merreca sonhar com aposentadoria
procure o culpado, eu condeno os excessos
fisica quantica pra chegar ao espaço
bom carater cada vez mais escasso
crimes de guerra, eu batizo o acaso
verdades agora são as maiores mentiras
avenidas agoras são becos e esquinas
morte agora, eu chamo de saldo
trabalhador agora é contribuinte
amor agora,é de esmola pedinte
tudo isso é culpa da gente
gente que agora, são joaõs e josés
sonhso que agora custam dez mil réis
todas as mudanças, são pro bem da gente
arte agora é pra ser vendida
pessoas de bem estão sendo iludidas
feche seus olhos, talvez não tenha que ver
escolha um canto e tente fugir da vida
até amanhecer1

Meu unico medo é meu travesseiro


seja honesto... se em meio ao seu olhar-cana
meio embriagado
você nunca parou para olhar direito
os seios da mulher do amigo
e tome como ciencia
que sua honestidade permanecerá em sigilo

seja honesto se em meio a esperança
por vezes mantida em pé
não lhe deu vontade de acabar com tudo aquilo
e tome como ciencia que somente pensar
não representa perigo

seja honesto se ao menos uma vez
já não desejou a morte de algum ente querido
mesmo que por engano
e tome ciencia de que mortes não vem
pelo acaso cigano

seja honesto se ao menos uma vez
já não mentiu pra lhe livrar a cara
coisa tola
e tome ciencia de que a cara muda
quando se troca a roupa

seja honesto ao menos uma vez na vida
fale a verdade custe o que custar
doa a quem doer
se ao menos uma vez você odiou você

Soneto da mulher perfeita


teu lábios-mel seu sorriso claro
minha pérola-rosa seu silencio-trave
nosso ventos brandos de sabor tão raro
minha timidez, seu falar-conclave

olhos que parecem roubar de mim o eu perdido
que por tantas vezes procurei com esmero
seu pairar-silêncio, triste coíbido
seu falar contente que inteiro dia espero

ai de mim se não ouço de ti sofejo
e gaugo de novo dessa solidão
que só passa quando te vejo

olhar para ti é encantar-te com deus
que nunca fez tão bela arte
quanto a arte do corpo teu

O tempo é um pinguin


sim... o tempo as vezes marcha como um pinguin
e caminha lentamente aos passos de borboleta
é um eterno naufrágio sem fim
é uma volta em cima de um cometa
simplesmente se agarre flutue voe
ecoe chore dance circule
ande peregrine pense fale
por que o tempo é como um pinguin
é quente... frio silencioso
albatroz, imune ao prelúdio
eterna sinfonia de um ser
o tempo é um pinguin
e como é bonito!

seus olhos noite


seus olhos-noite refugos de minha alma
seu sorriso-dia me alegra quando contente
seu movimento um desfile em pura calma
sua beleza, sutil quase inconsciente

bailas ao ar como quem paira beija-flor
e é da sacada o samba de rua ouvinte
e lá embaixo cantigas loucas de amor
e eu como um mendigo do seu amor pedinte

clamo as orquídeas que me escutem um momento
mas flores não falam, só calam e se fazem escutar
se flores cantassem inimaginavel sofrimento, o canto das orquídeas lhe pode causar

e em desaforo me perco na noite
da fotografia iluminada de você minha luz
o belo manto, poço negro de que me esquivo, é o mesmo que me seduz

Jovem pra sempre


eu tenho ódio aos adultos de plantão
que roubam minha juventude ainda vívida
eu tenho ódio por aqueles mortos vivos
que ecoam em mim seu desânimo
eu me enojo com os santificados
que fazem de cada pecado meu uma heresia
eu me apavoro com os verdadeiros
pois me privam de não saber a verdade
eu menosprezo os sábios
pois detêm todo o conhecimento
eu choro pelos indecisos
que se poupam de errar
mas eu tenho mesmo ódio
pelas pessoas em geral
que se privam cada dia de seus dias
eu não consigo odiá-las por isso
mas eu juro que tento odiar
todos os corruptos que nos roubam direitos
esses eu tento e consigo
mas não tanto quanto eu odeio
todos os velhos de alma
que lamentam todo dia em seus saudosismos
eu odeio os pássaros
nas manhãs silenciosas
pra sempre jovens e felizes
é o que deveríamos ser
sem coragem, sem silêncio
pra sempre jovens sem poder
felizes,
eu amo a felicidade juvenil
que ecoa no fundo das almas dos que odeio
pra sempre jovens

Obsessão!


vamos esperar de mãos dadas
a chuva passar

vamos torrar no asfalto
onde se perde o mundo
tal qual nós conhecemos
vamos caminhar na praia
rezar, cantar uma canção pra afastar nossos problemas
vamos todos juntos,
inventar nossa própria religião
brincar de adão no país das maravilhas

somos uma grande familia
perdida entre o escuro e a própria ironia

vamos brincar de falar a verdade
fazer a coisa certa, etcetera e tal
vamos criar a nossa própria arte
colírios siderais, jabuticabas armadas
talvez os errados sejamos nós
que gostamos de viver reservados
talvez os errados sejam nós
que não temos medo de escolher nosso lado

eu sei que vou continuar errando
até aprender a aceitar
que eu pra sempre vou continuar errando
até eu cansar de errar

e a vida vai me ensinando
como é bom amar
e sol já vai se pondo
deixa a alegria pra lá


Marco Van Basten spelen bal in de straat terwijl bestrating schrijven kunst!


só um pedaço de asfalto

jogado às custas do governo
a teoria antropocêntrica...
não vai me mudar
eu sou um tiro na virilha
uma guerra de ornitorrincos
selvagem veloz e vulgar
diga o que você acha
de se perder todo dia
esquecer seus próprios sonhos
não entender suas ironias

somos todos um pedaço de nós
no escuro... uma árvore da vida
perdida no absurdo
e Marco Van Basten... jogando bola na rua!

meus pequenos pedaço de papel
valem mais que sua religião
são vegetais armados, lutadores de sumô
verdades não ditas, sonhos sem amor!

somos todos um pedaço de nós
no escuro... uma árvore da vida
perdida no absurdo
e Marco Van Basten... jogando bola na rua!

exército vermelho, separação nacionalista
gírias de asfalto, vizinhos impregnados
sirenes azuis, pessoas em formato de moeda!
enquanto isso em outro lado do mundo
Marco Van Basten joga bola na rua!







Frases tristonhas da noite


pairava ao ar...
como momento
trajetória simples
retilínia, seu batom
arduado em curvas
artisticamente formadas
ecoando ao som
das batidas do brinde
em sua taça de vinho
encobria-se em sonhos
vermelhos...
labirinto profundo
seu olhar...
pela primeira vez
me droguei
em sua saliva
viciei em seu tato
usando da fé
ao paladar
em em invernos fostes
minha segunda pele
agarrava-me a ti
como um casaco
e te usava feito
pedaços de tecido
jogamos fora teorias
palavras, conversas
frases loucas
apaixonadas
queimavamos
a santidade da familia
chorávamos juntos
me sujava com seu
unicolor batom
enquanto que a mim
restava um cigarro
e uma partida de futebol
eu já era trapo
seus gemidos
embaraçavam seus cabelos
seu vestido decotado
seu cheiro de uvas silvestres
nossa cena
fingida de amor
transgredida na falta de pudor
e depois... logo de manhã
foste embora sem deixar
seu nome
só imagem em mim
e meu desejo animal
ainda aflorando na pele

Tango,società moderna


tango, vermelho vestido que cobre seus seios

duros e firmes em volta da seda
provocantes coxas em cetim
a mão que acaricia sua pele
num toque de mágica seduz seu desejo
e a tua sombra descreve tua silhueta
umedecida pela libido do roçar de nossas pernas
seu joelho em minha virilha
meu joelho em suas pernas
seu salto ecoa sensualidade
seu suor me liberta de mim
a mão tocando seus seios
provocando encontrar meu olhar
meus olhos, teus olhos
choque entre nós
minha boca na tua boca de açaí
o gosto do vinho transpira de sua pele
seus seios parecem saltar ao decote do vestido
que a essa altura transparece sexo
minha mão toca a sua virilha
e a mesma se torna umida, e quente
suas roupas já inexistem em minha mente
e acaricio por debaixo do seu vestido
beijo seu pescoço, e minha boca
como um condor a repousar
repousa em seus seios
e os enrigece
seus pequenos gemidos
ecoam em minha cabeça
transformando meu desejo em prazer
e ao som do tango
somos harmonia, melodia e cores
sinto suas pernas tremerem
dispo seu vestido por trás
deixando suas costas nuas
e você dança
alucinadoramente
atacando cada fibra do meu corpo
já nua de salto, como atena em forma humana
uma ninfa, valquíria feiticeira
toca meu corpo, me transformando em fera
e quando te beijo me perco de mim
só sinto sua pele encostando na minha
e um calor profundo toma meu corpo
você grita
como um animal no cio
e remexe em mim
como se fosse a ultima vez
ao mesmo tempo em que delira
como se fosse a primeira
e vira os olhos sem conseguir mais falar
somente me olha e ri
grita de novo, como uma ave na manhã
e passamos a noite como dois animais
e tudo para ao nosso redor
eu sinto o gosto da tua pele
a textura dos seus seios
o volume de suas coxas
a sensibilidade de sua nuca
o pudor do seu cabelo
e você me lambe
feito uma despudorada
me fazendo transbordar de prazer
o sol raia
o tango para
e nós dois suados
você grita pela ultima vez
eu me perco em cansaço
e consumamos o ato
você já não grita
não tem mais voz
somente me abraça
ah, tango
flores, vinho
carpete vermelho


niebieski pokoju, który wyglądał jak myślę


se me permite... hoje eu quero me afogar nos seus cabelos

sentir na pele a dor causada pelo belo
eu sou um espelho quebrado tocado por desejo
um parasita imaginário a procura de um beijo
se me deixar... vou te ensinar um pouquinho de tudo que eu não sei
vamos traçar um paralelo entre o isqueiro e a cor azul
se puderes... gostaria de pedir o seu batom
pra riscar seu nome à luz de velas no meu chão
se me quiseres... sou seu aplauso de um teatro infinito
poesia grega palavras e granito... eu sou seu...
se me tocares... explodirei como uma gota de orvalho
serei o carvalho, a árvore e o som
eu sou capaz de certas coisas que eu nunca imaginei
um chão dobrado, um paranóico alucinado, um ligeiro drogado
o cão e a verdade...
se me falares... procurarei em teu pulso
a chave que liberta o prisioneiro de amanhã
se me ouvir... eu serei todo seu sonho
um mosquiteiro estrangeiro, um boneco de lata
seu pedaço de mar vermelho, serei a nata da sua flor
se me doares... em um espaço de tempo
em constante movimento
Newton, Darwin, Eistein... seja lá quem for
eu serei... sempre um pedaço de nada
uma carta embaralhada uma imagem atormentada
eu serei nós dois.

Devaneios de um apaixonado!


e aqui estou...

esse silêncio que corrói meus pensamentos
e hoje sou somente uma vaga lembrança do que deveras fui
hoje só me resta o silêncio, único desfruto que me deixaste depois que se fora
e em tributo a esse silêncio, deixei a fogueira acesa,
os lençóis intocados, a vida em severa comunhão com o passado
deixei tua imagem na mesa de centro, onde junto com o cheiro do café
me lembro do teu cheiro em meus braços
e o amor que nos foi arrancado, depois de tanta felicidade se tornou ódio
e eis que do meu passado, surge o seu futuro tão incerto quanto nosso presente...
engraçado como quando tudo se vai nos torna a lembrança saudosista dor que penetra
e prolifera na carne como sal em ferida
aqui estou.... cansado, morto mas ainda não sepultado
estou faminto e sedento de teu corpo e tua alma
mas ainda me guardo sem dizer uma palavra
somente pensando que tudo vai voltar
há de voltar, afinal é amor
tenho certeza de que foi amor, mas será ainda?
enfim... guardei comigo a certeza que antes eu tinha
e agora nem sei mais ao certo, guardei o cheiro de café de todas as manhãs
guardei os bilhetes e cartas que tenho certeza ainda guardas em seu coração
guardei teu olhar sincero e doador
guardei meu olhar corrupto que se rendia a você
guardei a felicidade em minhas mãos
e hoje estou aqui escrevendo poemas em sua homenagem
sem saber ao certo se tudo existiu,
sem saber seu nome, seu endereço
mas tendo a sensação de que tudo foi real
continuo sem dizer uma palavra
somente pensando em versos
as vezes não precisam palavras
somente os gestos de afeto
mas é tudo uma vaga lembrança
e o cheiro da manhã me lembra que já está na hora
de deixar de viver, e começar a "viver"
é hora de sair a procura de mais uma história de amor

Manhã de carnaval


toda aquela folia, aquela alegria

de um dia comum
tudo que era diferente, toda aquela gente
todos são só mais um
tudo que era feliz, tudo que eu sempre quis
liberdade libido
tudo que era alegre de repente era proibido
e tudo que antes era o início, agora era o início do fim
tudo que mais me importava agora não
significa mais nada para mim
são todas favas contadas
histórias malvadas
conversa de fadas
conto pra boi dormir
toda minha felicidade, virou raridade
uma poça d'agua em que me afoguei
na poça, estão todas as lembranças
todos os restos que eu deixei
na vida carrego nas costas
a imagens póstumas
das pessoas que eu deixei
na boca estão cravadas, todas as palavras
versos que recitei
e nessas palavras malditas, está toda a culpa
resultado das vezes em que praguejei
em minha face carrego as guerras, batalhas internas
que eu ja travei
todas as cicatrizes, feridas internas
localizadas onde só eu sei
antes o que era verão virou dia nublado
riscado manchado sem luz
aterrorizado
antes eu que amava o dia
caí em agonia
e prefiro a noite
antes ser um escravo branco
do que me rebelar e ir ao afoite
agora vivo em ironia
entre a flor e a saudade
é o começo do fim
meu túmulo clama pela minha vaidade
e tudo que era alegria
virou dor no final
todos que eu conheço ja foram um dia
ou irão amanhã em mais um dia igual
e toda essa agonia começou numa simples manhã de carnaval






Manual do poeta

é com um pesar imenso

e em meio a um devaneio
que escrevo essa carta
em formas de versos
sinto como se as horas durassem dias
e os dias fossem perpétuos
sinto como se mil centelhas de estrelas
flutuassem sobre minha cabeça
me fazendo de braços atados
escrever um manual de poetas:

amais sobre todas as coisas o amor
pois dele nascem desde o ódio à solidão
e é ele quem faz a alma
amor sem amar é tiroteio no escuro
é guerra sem sentido, é fim de mundo

adorais as mentiras e cultivais as verdades
dizei nas mentiras verdades e vice e versa
verdade constrói caráter, mentira constrói intelecto

e por fim chorais, chorais e sorris
como beija-flores no deserto à procura da flor
que brilha ao sol do meio dia
chorais quando o vento guiar-te para além de seu amor
sorris para cada resposta sincera, mesmo que mentirosa
alegre-se a cada dia de sol, pragueje sobre os dias de chuva
seja feliz, busque a felicidade, seja um doce amargo
seja um devaneio da vida

il primo passo nella risurrezione

se eu tivesse um espelho

seria como um álibi
uma doce sensação de não culpa
poderia passar por caminhos estreitos
subir montanhas e culpar as pessoas por crimes meus
se eu tivesse um espelho
seria como ser onipotente
ter um pacto com a ciência
estar acima da fé
se eu tivesse um espelho
eu seria o certo e o errado
a cura pra tudo
o amor desleal
se eu tivesse um espelho
procuraria palavras em almas
tocaria almas com palavras
e jamais seria culpado
com um espelho na mão se faz milagres
troca-se toda razão por um pouquinho de vaidade
torna-se mar o deserto
se eu tivesse um espelho
pra confrontar as pessoas
seus maiores medos seriam reais
seria genocídio, assassinato em série
seria cruel demais
se eu tivesse um espelho
que refletisse as pessoas, de verdade
provavelmente seria morto
ahhh jamais quero ter um espelho
mas se eu tivesse um espelho, o mundo seria mais fácil
imagina os amores desvendados
ou o brilho escondido dos olhares
toda a razão do pensamento
escondido em um breve momento
onde não há mais razão
tudo isso se eu tivesse um espelho

moun pòv nan pèp la


o choro de um homem branco
comove o mundo
inunda ladeiras
percorre os campos
atravessa fronteira
e vai além do céu e mar
e o choro de um homem negro
ecoa no fundo de sua alma
destrói seu orgulho
corrói sua aura
e não há ninguem pra escutar!
choros são iguais
perdidos em solidão
a cor da alma é sempre igual
pra quem tem, coração!
um velho de tranças brancas
e mãos suaves, em seu conclave
matinal,
ele encontra seus semelhantes,
vestindo trapos
andando errantes, com os errados
em uma rua a se deitar
eles choram seus absurdos
silêncios brandos
para quem passa
e que jamais,
irá escutar
enquanto isso
em suas belas casas, o povo dorme
em seu sonhar
pra não acordar nunca mais
vivendo um pseudo-sonho
uma realidade que nunca
haverá
e em suas vidas inuteis
se aprende a maltratar
pessoas que tinham um sonho
e jamais vão realizar
e que desafiam deus
e jesus cristo e satanás
sáo pessoas angustiadas
por um verdade quebrada
distorcida e alterada
sem parametros iguais
são também pais de familia
sem familia pra criar
pois deus em seu amor eterno
esqueceu de deles cuidar
são almas desanparadas
crianças estupradas
e pessoas sem saber rezar
e o diabo canta polca
dança e faz festa
brinca de seresta
no carnaval a festejar
e as pessoas desdotadas
de amor vivem a pensar
em seus cavalos galopantes
embrioes auto falantes
que esqueceram de sonhar
são pessoas como nós
que fazem o mundo acabar
são pessoa como nós
que deixam as coisas como estão
agem muito e pensam pouco
são simplesmente como são
vivem automatizadas
são facilmente controladas
pela televisão
e o choro do homem negro
transformou-se em desespero
e depois em solidão
solidão de todo um povo
que quase sempre foi tratado
com a mesma escravidão
e não há dor maior pra um homem
que a dor da solidão
solidão de um povo rico
que pra todos nós é pobre
e que vive numa prisão
solidão de um povo inteiro
que vive na agonia
da discriminação
solidão de um sertanejo
que corre atrás da boiada
e da chuva sem monção
solidão do mundo inteiro
que vive nessa tocada
de viver sem ambição
solidão de todos nós
que somos pobres coitados
e não acreditamos não!
solidão de um país pobre
de alma nobre
incandescente
com a aura ardente
um campeão
que foi castigado por deus
em sua humilde obcessão
um povo sobrevivente, forte e vencedor
um povo que luta com a vida
e aposta o corpo sem nenhum pudor!
um povo que acredita
e que confia
que viverá
um povo que por mais que sofra
tenho certeza
não desistirá!

minha humilde homenagem ao povo do haiti

simplesmente amor



então o que acontece é o seguinte, eu fiz esse vídeo pra falar sobre vários aspectos do amor, ...não...,mentira, isso na verdade nunca foi um vídeo, é um apunhalado de imagens, alguns poemas(alguns meus, outros de grandes autores e compositores)o que aparecem isolados normalmente são meus, os sem imagem ao fundo. é que falar de amor, é complicado cada apaixonado sente de um jeito, enfim pra quem for ver,peço que entendam que minha intenção não é e nunca foi, produzir um vídeo, mas, simplesmente fotografar o amor, há uma passagem que diz que amor é sonho dos solteiros e sexo sonho dos casados, nao que eu vulgarize o amor ou o sexo, é que essa frase é humorística, e o amor é isso... um punhado de tragédia, um punhado cômico, e assim se faz o amor

pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte