Concertos para amor e ódio

Então eu me deito, revolto por ordas de sangue
numa caverna escura feito um verme barato
tocado pela carne com medo do mundo
nem sequer sou vivo, nem tampouco morto
nem faço sentido, nem sou loucura
insaciável vontade insana do mundo
de me aglutinar em meio a cabeças pensantes
irracional no plural, no coletivo, na matilha
e então no escuro ver e não ver com os olhos abertos
é ponto de vista apenas
causalidade...talvez
a vida passa pelos dedos da mão
numa ampulheta escrota
lógica e verossímil
nada de mais
e eu fico fumando um cigarro pra ganhar a vida
enquanto minha vida sonha em ter o tempo de vida
da vida do cigarro que se perde em minhas mãos
chega do compasso do coração batendo acelerado
no ritmo de uma paixão qualquer
a insonia é minha amiga, inimiga dos meus sonhos
tudo é em nome de deus
que se foda deus e o mundo
o meu mundo é descompassado
é arritmia
é sujo e cinza
eu gosto mesmo é do desatino
obra do acaso
mero acaso...
mas não por acaso
eu gosto de você

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pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte