É que hoje eu ainda quero sorrir
e ver na luz das fotografias o inverso do meu passado
que se passa nos versos que eu escrevi ao te ver passar
é que do pensamento que eu era dono se apossaste
e do meu rastro fizeste fogo e pólvora
em outros pólos hoje vejo o sul degladiando o norte
e as incríveis vozes de um coral qualquer
me lembram na música que ouço na rádio
do suicidio que é amar uma mulher
mas hoje é inverno e fez quarenta graus
lá fora chove mas a grama já ta seca
cadê a vida que eu larguei em algum lugar por aqui?
ouvi dizer que o seu batom tem a cor dos meus lábios
mas o mundo continua tão igual
e a fé dos fortes hoje refugia os fracos
e os melhores goleiros sempre falham na final
mas de que me adianta correr?
se a montanha está cansada e maomé não aparece
de que me vale sofrer? se da solidão o tempo sempre se esquece
em outros braços hoje eu vou dormir
da solidão sozinha vou me acompanhar
vou aprender a ser feliz na marra
que é pra nunca mais eu ter razões para te ver passar
e se por acaso alguém perguntar onde eu fui?
todas as bussolas estão quebradas
e o meu relógio não tem hora marcada
porque hoje eu acordei abandonando a minha dor
Do lado de lá
Postado por
farley ramos
domingo, 18 de março de 2012
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