O banco da pracinha

De longe o vento voou
e eu ainda estou aqui
correndo devagar
tentando então como o ar
fluir e deixar levar

De perto o caule deu flor
e tal qual primavera brotou
o perfume que anda no ar

Tão frágil a flor desbotou
é que nos tantos caminhos da cor
o cinza é sempre melhor que o preto e branco

E fingir no papel que se é mar
que mistura rios no singular
é quase como acreditar
que as estrelas são olhos de safira

E desbota a inteira via láctea
tão inquietante a abelha dança pra mostrar a direção
é que se é tudo igual no plural
ser só um é desperdício
é quase um vício de linguagem
o tal do meu eu interior

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pequena descriçao do blog

a arte com palavras tem que ser intensa, mas ao mesmo tempo sádica, mentirosa mas sagaz, gosto de ter as palavras sobre controle e brincar com las, quanto menos tempo eu gastar compondo um poema, melhor pois soa espontâneo, isso é arte
isso é minha arte