Reclina sobre os ombros o pesar do tempo
envolve solitário os olhos de quem por ele se apaixona
e vê em relógios seu nobre sofrimento
Pois no horizonte do tempo tudo é fome
e a fome devora quem dela se apossa
e o tempo ri da vida e dela se desencontra
pois a vida é amor, é dividir em dois
as poucas horas que restam
e morrer feliz uma vida pela metade
E o tempo por ironia não passa
nem sequer para, não se decide
e a vida tão decidida, se encontra e desencontra
muitas vezes conforme obra do acaso
este sim sincero, não sabe o que faz
está nas regalias dos olhares furtivos
nos encontros quaisquer de desesperados
na força motriz dos encontrados
presente em tudo o acaso está
O triste no tempo e no acaso é que caso não saibas
são solitários
o tempo que de tão imortal falece a cada hora
e o acaso que se revolta, e portanto não se encontra
se perde em cada onda, a cada segundo contado,
conta com as solidões pra se fazer de destino
e nem mesmo sozinho é capaz de ficar
pois nos desencontros e encontros marcados
nos mapas do acaso o acaso está
e de tão sozinho se acompanha
e portanto se acanha em se acompanhar
E a solidão é aquilo que é simples de qualquer homem explicar
é olhar-se no espelho e ver-te inteiro, sem outra metade a te completar
As torres de Dusseldorf
Postado por
farley ramos
segunda-feira, 16 de abril de 2012
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