Ponto sem nó

Quando olhas pro céu é tudo escuro
e o escuro é só a luz disfarçada
cansada de aparecer,
quando falar a verdade
o vício de transparecer sentimento
cede lugar aos luxos da razão
e a culpa é só a vontade
de acreditar no passado
E são as mesmas pedras do caminho
que te machucam ao pisar na terra
que também te fazem caminhar sobre as águas
e a ironia do destino é o destino existir
e viver assim é um absurdo,em surdo e mudo
é entender o nada sem sonhar com o tudo
é fácil demais pra ser real
é real demais pra de fato ser fácil
é tudo tão simples, tão bonito e tão nobre
mas assumimos o compromisso de existirmos
sobre pena de vivermos infelizes
e quando o vento sopra é o futuro dando um oi
e é tudo longe demais pra percebermos
que foi tudo por um triz, que estamos perto demais pra enxergar
o horizonte de dois olhos a se amar
o momento que antecede o amor
o tapete bordado de fios dourados
costurados a pontos sem nós