Nos azulejos do banheiro de um quarto qualquer
Desenhei com os vestígios de bala no peito
o coração de uma mulher
E com o sangue derramado, olhei pro lado errado
esperando encontrar o teu sorriso em minhas mãos
mas calejado um coração desamparado
já bate descompassado e até por pecado teima em não acreditar
Que nas paredes do teu quarto
Nas fotos do porta retrato
Em teus sorrisos estampados
Vendidos e enlatados
Encontrei vestígios do meu olhar
Nunca no entanto foi fácil crer
que por encanto me perdi em você
e em algum canto deixei de ver
o encanto que havia em você
Veludo em teus lábios de aurora
Desnudos lábios que outrora amei
Lábios que descompassam corações desritmados
Franco atiradores cruzados purgando seus pecados
E nas feras que habitam teu olhar profundo
Durmo em teus braços, abrigos do mundo
Azulejos
Postado por
farley ramos
quinta-feira, 19 de abril de 2012
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